sexta-feira, 29 de março de 2013

Autobiografia na Música - Terra no Asfalto - Capítulo 20 - Por Luiz Domingues

Com a saída de Fernando "Mu" e Cido Trindade, colocamos o Luis Bola na bateria, com Gereba e Wilson a assumir as guitarras. Ficamos chateados com as perdas, e o Paulo Eugênio, no impasse criado por essa situação gerada, congelou alguns contatos.
Com isso, perdemos o bom embalo que estávamos a obter, e para nosso azar, ficamos também sem local para ensaiar, pois o Bar Opção impossibilitou-nos em continuarmos a usar as suas dependências, já que passara a abrir nas partes matutina e vespertina, para servir almoço, como restaurante. Em nenhuma residência dos membros poderia haver tal possibilidade. Paulo Eugênio morava em uma casa ampla nas Perdizes, mas sem condições para disponibilizá-la, devido a morar com o pai idoso.
Gereba e Wilson moravam em um quarto de pensão; e eu tinha a minha edícula no quintal da minha residência, mas após o tempo do Boca do Céu, nunca mais promovi ensaios por lá, por conta de problemas com vizinhos, e outras questões, das quais já relatei nos capítulos do Boca do Céu. E na habitação do Luis Bola, seria impossível, também, visto que ele morava em um sobrado de pequeno porte, germinado, e não conseguia nem estudar sua bateria, por problemas com vizinhos, também.
Dessa forma, além da falta de datas e reformulação da banda, houve muita dificuldade logística para promover tais mudanças. A próxima data, no entanto, foi um achado, e confesso, animou-me bastante. Fugindo ao padrão de bares e casas noturnas, onde tocávamos costumeiramente, o Paulo Eugênio fechou uma exótica participação da banda em um evento promovido por uma tradicional escola de idiomas. Fomos tocar no Teatro da Cultura Inglesa, uma famosa escola de inglês, com orientação britânica, na sua sede da Av. Higienópolis, no bairro de mesmo nome, zona oeste de São Paulo.
A ideia seria a de tocarmos um repertório formado por clássicos britânicos e americanos do Rock 1960 / 1970, com os estudantes a receber um libreto, a conter todas as letras, para cantar junto. E a instrução da escola seria para o Paulo Eugênio falar em inglês
 o tempo todo entre as canções, para estimular a conversação. Como ele trabalhara muitos anos como guia turístico em excursões à Disney World, seu inglês era satisfatório, e foi aprovado pelos pedagogos britânicos da escola.
Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário