Autobiografia na Música - Trabalhos Avulsos (Jam-Session com Jamaica Band) - Capítulo 45 - Por Luiz Domingues
O Terra no Asfalto havia fechado as suas portas, em maio de 1982, todavia, ainda houve uma última tentativa de reformulação. Em princípio, eu (Luiz Domingues); Paulo Eugênio, e Gereba, tentamos de uma maneira bem insípida, continuar, e assim, com a missão de arrumarmos um novo baterista e mais um guitarrista, tentarmos remontar a banda. Através da Dona Sabine, uma senhora de origem, judaico-francesa, que era proprietária do Café Teatro Deixa Falar, fomos apresentados ao noivo de sua filha, um guitarrista chamado : Rubens Gióia. O Paulo Eugênio saiu do projeto dessa remontagem, logo a seguir, e após duas ou três reuniões de repertório com o Gereba, este também desistiu. Foi então que eu e o Rubens decidimos deixar para lá o projeto de uma banda cover e fundamos, A Chave do Sol, com o objetivo em fazer música autoral e batalhar por uma carreira. Mas nesse ínterim, enquanto A Chave do Sol fazia seus primeiros movimentos (ainda nem tínhamos chamado o músico, Edmundo, para ser nosso possível baterista e ele não o foi, de fato), a Dona Sabine formulou-me uma oferta : convidou-me a tocar com dois músicos argentinos, em uma noitada de sábado, e a oferecer-nos a bilheteria integral da noite, para dividir com los hermanos.
Eu questionei quem eram, o que tocaríamos e se haveria ensaios, mas ela disse que não sabia de nada. À medida que a data aproximava-se, caí na realidade de que não haveria ensaios, e seria uma Jam-session, e não adiantava preocupar-me. A precisar ganhar um dinheiro urgente, não pude recusar a oferta, e assim, no dia 9 de julho de 1982, toquei com a "Jamaica Band", um duo formado pelos argentinos, Rudy (não recordo-me de seu sobrenome), e Nacho Smilari. Os hermanos chegaram ao Deixa Falar, bem falantes, e a mostrar-se simpáticos, pois logo disseram-me que faríamos vários temas, em torno do Rock; Blues; Funk; Reggae etc.
E só fui descobrir que o Nacho tinha fama, sob uma carreira bem significativa na história do Rock argentino setentista, bem depois...
Muito bem, montamos o equipamento, e começamos a tocar. Ambos tocavam bem e de improviso em improviso, fomos a conduzir a noite, sem grandes sustos ou constrangimentos, mesmo por que havia poucas pessoas a assistir-nos, e em sua maioria, formada por casais de namorados interessados em outro tipo de emoções, que não a nossa música feita por improviso... então, o baterista, Rudy, perguntou-me se eu tocava um pouco de bateria...
Continua...
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