sábado, 8 de junho de 2013

Autobiografia na Música - Trabalhos Avulsos (Lily Alcalay) - Capítulo 43 - Por Luiz Domingues

Sem escapatória, o guitarrista, "J", teve que apresentar-se nesse segundo show.
                  Renato Consorte Filho, em foto mais atual    

Mas ao constatar a sua situação efêmera dentro da banda, a Lily já havia aceitado a ideia que partira do Cido Trindade, sobre haver uma segunda opção preparada como sobreaviso, que foi na pessoa do excelente guitarrista, Renato Consorte Filho, com o qual havíamos (eu e Cido Trindade), tocado juntos no projeto natimorto, "Jungô", que tivemos em 1980, e sobre o qual, já mencionei anteriormente no seu capítulo em específico. Dessa forma, o Renato Consorte Filho foi convidado a comparecer ao show, e ficou até de prontidão para entrar repentinamente, se a situação degringolasse. O show ocorreu, dois dias antes da estreia oficial da "Chave do Sol". Nessa altura, eu também já havia avisado a Lily que minha prioridade estava com a "Chave do Sol", e ela, mesmo chateada, teve que conformar-se com o fato, mesmo por que, não possuía cacife para manter-me em sua banda de apoio, pois sua agenda parava por aí, e só havia a perspectiva de um festival a seguir.

Então, o seu espetáculo foi realizado no dia 23 de setembro de 1982, uma quinta-feira, no Teatro "Tuquinha", um auditório anexo ao Tuca, da PUC. Era apelidado como "Tuquinha", por ser menor em sua dimensão, evidentemente. Com um público bem maior (cem pessoas), mas ainda por não conseguir lotar o teatro, o show foi tenso, infelizmente, e só não transformou-se em um desastre total, porque eu; Cido, e o saxofonista, Anselmo, não deixamos a situação transparecer, a desestabilizar a performance da Lily. 

E o que ocorreu, afinal ? O guitarrista, "J", teve um ataque de pânico. Minutos antes de entrar em cena, teve uma crise de nervosismo, porque não soube ligar o seu amplificador, e desesperado, saiu para a rua. Alguém foi buscá-lo, e o achou a beber em um boteco, nas proximidades. Mais encorajado, pela falsa segurança ofertada pela bebida, acatou o pedido para voltar e tocar.


Sua performance foi um desastre. Bêbado e nervoso, errava miseravelmente acordes e deixava de fazer vários solos importantes com os quais contávamos. Se não fosse o Anselmo a improvisar no Saxofone, teria sido ainda pior. Isso sem contar que minutos antes de entrar em cena, ele vomitara no camarim... enfim, o nervosismo, e a falta de costume com o álcool só piorou a sua situação...
 Continua...

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