Visto, normalmente, como uma habilidade natural, o dom, se olhado de perspectiva mais ampla, merece reflexão... e uma boa reflexão !
Como não começar o questionamento saindo da ideia que, sendo um presente, um prêmio ou oportunidade ?!... seria o merecedor escolhido de que maneira ? Aleatória, pura e simplesmente?
Um acaso da roleta-russa da vida ? A roda-da-fortuna que no seu sobe/desce, em seu momento de inércia, perdendo a força do movimento, de maneira mansa e suave definiria quem vai receber tal ganho, ganho esse que, muitas vezes, é um peso, responsabilidade ou via única que define também um caminhar, um modus vivendi sem direito ao livre arbítrio tão almejado e nem sempre valorizado.
Saindo também da premissa que somos "fraternos", irmãos, oriundos de uma só e mesma fonte, natureza, seria justo ?!...
Privilegiar alguém, momentânea ou eternamente, com uma especial habilidade que nos roubaria a condição ‘fraterna’? Ou seria uma espécie de filho pródigo que chega com antecipação ? Muitas outras análises poderiam surgir dessa premissa do prêmio. Provavelmente, nadando contra a correnteza, preferimos a perspectiva do que chamamos "dom" seja o resultado de um longo e conquistado aprimoramento.
Aquilo que só a repetição, exercício bem direcionado propiciam. Denominamos, hoje, conquistar excelência, doutorado, aquele que se esmera em determinado e escolhido assunto, e, nesse caso, nem sempre ou quase nunca, em questões nas quais o laboratório é o próprio doutorando, considerando que chamamos dom, esse, sim, quase sempre a alguma habilidade absolutamente pessoal, seja ela com o corpo, mente ou outras quaisquer subjetividades que tal "agraciado" demonstra ter. E, como não admitir, estando no campo da subjetividade, quão mais difícil mensurar, comparar, qualificar... Todos temos um dom (somos únicos, não ?!...).
Alguns, já em exercício, outros florescendo e, ainda, muitos outros por vir a ser, e, no intuito de trazer para luz tal habilidade, olhamos demais em volta e para fora... Acreditamos que é olhando para dentro, nós mesmos poderemos fazê-lo desabrochar...
Num processo de, querendo ser parte, como iguais e fraternos, com-partilhamos. Querendo ser único, como especiais e diferenciados, aqui sim !...contribuindo!!!
Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira Civil, é também uma experiente astróloga, consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga. Aqui nesta matéria, deixa clara a diferença entre uma crença paradigmática em torno de um oferecimento extraordinário e aleatório, e uma conquista, por mérito.
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