Com ele, o som crescia muito, pois inseria acordes complementares, a enriquecer ainda mais a já sofisticada harmonização concebida por Lily Alcalay em suas composições, fora solos e contra-solos, desenhos rítmicos etc. Ele tocava com uma bela guitarra, Gibson ES-335, bem adequada para esse espectro de intervenções jazzísticas.
Nos ensaios, desempenhava com extrema desenvoltura todos os arranjos que criara, porém havia um componente de ordem psicológica, com o qual não contávamos : ele sofria de "Stage Fright", ou seja, tinha medo de subir ao palco, e apresentar-se ao vivo, perante público. Não sabíamos disso em princípio, claro. Nem a Lily que o conhecia anteriormente. Mas à medida que a data aproximou-se, vimos que seu comportamento modificou-se, paulatinamente.
E quando chegou a semana do show, ele estava apavorado praticamente, e a dar-nos mil desculpas esfarrapadas, queria adiar a apresentação, o que obviamente, a Lily recusou-se a fazer. Então, às vésperas, e sem a possibilidade de arrumarmos substituto em tempo hábil, decidimos tocar em trio, mesmo, a empobrecer bastante o trabalho dela.
Um novo show estava marcado para alguns dias depois, e em um teatro maior. A Lily o intimou a participar, sob o risco de ser retirado da banda. Para amenizar, ele trouxe um quarto componente para somar, um saxofonista chamado, Anselmo, que era altíssimo em estatura, e jogava basquete no clube Sírio-Libanês.
Então, chegou a data desse segundo show, e o guitarrista "J", tocou, mas não sei dizer se foi pior o conserto (com "s", mesmo ), que o soneto...
Continua...
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