sexta-feira, 28 de junho de 2013

Autobiografia na Música - Língua de Trapo - Capítulo 29 - Por Luiz Domingues

O Louis estudou cinema na UCLA, e nada melhor para um estudante de cinema que estudar na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, a meca de Hollywood. Ele contou-me que fazia parte das atividades curriculares, visitas aos grandes estúdios, sets de filmagem, e palestras com profissionais de todos os setores da indústria.
Certa vez, contou-me que assistira uma palestra na universidade, com o Frank Capra, um diretor dos anos trinta, que eu adoro. Mas ele detestava-o, por ter particularmente um posicionamento político de esquerda, e o Capra ser considerado direitista pelos seus antagonistas. Eu discordava desse ponto de vista, pois achava o Capra, um humanista, e seus filmes retratavam essa esperança no Ser Humano, acima de tudo, de forma não ideológica, politicamente a falar (embora eu concorde, que teve muita manipulação de sua obra nesse sentido, eu reconheço).

Infelizmente, os esquerdistas achavam que o seu cinema era colaboracionista com a direita, pois seus grandes filmes retratavam a esperança de pessoas humildes, em meio à depressão dos anos trinta. Passavam mensagens de otimismo, e os simpatizantes do socialismo interpretavam isso como conformismo capitalista orquestrado pela elite, para manobrar o povo sofrido, via "New Deal". Continuo a discordar desse ponto de vista e enxergo no cinema do Capra, otimismo e fé no Ser humano.
Mas tirante essa pequena divergência (que aliás nem houve, pois guardei a minha opinião internamente, jamais a suscitar conflito), ficamos amigos, e nos camarins; viagens; e corredores de rádio e TV, conversar com o Louis Chilson foi sempre muito prazeroso nesse sentido, em falarmos sobre cinema. E o Laert e o João Lucas também apreciavam, sendo cinéfilos, também. Turma boa essa do celuloide, que ali formamos...
Continua...

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