quarta-feira, 12 de junho de 2013

Dia dos Namorados - Por Marcelino Rodriguez


De alguns anos pra cá, esse dia que foi


instituido dia dos namorados tem feito-me

surpresas estranhas.


Num ano, alguém decidiu terminar o

namoro nesse dia, numa ironia macabra. 


Mas hoje foi tudo diferente... 


Fui conhecer alguém, combinado assim de

última hora.


Ambos talvez fugindo de

passar só, a data aonde convencionalmente uns passam 

trocando beijos e carícias. 


Se há uma coisa misteriosa é quando

encontramos alguém.


Digo: quando encontramos alguém que

parece que faz sentido.

 
Ainda mais quando esse alguém porta

fatais olhos e cabelos negros contrastando

com a pele alva. 


Acredito que tremi nas bases; eu que já

ando ferido e, pensei, insensível. 



Mais do que bonita, é uma mulher... 



Como explicar? 


 
Tive que domar meus impulsos de várias

ordens. 


Quando tocou- me com as mãos, parte de

mim se encolheu de medo.


Sinal de alarme.


Parecia por horas que nela estava

concentrado

tudo que de mais bonito ainda consigo

sentir.

 
Sim, eu conheci muita gente depois que

fiquei só. 


Mas esse encontro ensinou-me a diferença

entre sentir e conquistar. 


É difícil conquistar alguém quando se é

tocado. 


As armas ficam depostas.

 
Eu falava para que meu silêncio não

traísse-me. 


O fundo silêncio comovido de alguém que

viu a imagem de alguém que julgara

impossível existir. 


E que, entanto, conquistou minha rendição

sem qualquer combate. 


E todas essas flores agora só pedem que

ela as trate bem, para se tornar dona do

jardim.


12/06/2002

 


Marcelino Rodriguez é colunista sazonal do

Blog Luiz Domingues 2. 


Escritor de vasta e consagrada obra, 

aqui nos apresenta uma crônica onde a 

reflexão é sobre a relação entre os 

casais de namorados.

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