De alguns anos pra cá, esse dia que foi
instituido dia dos namorados tem feito-me
surpresas estranhas.
Num ano, alguém decidiu terminar o
namoro nesse dia, numa ironia macabra.
Mas hoje foi tudo diferente...
Fui conhecer alguém, combinado assim de
última hora.
Ambos talvez fugindo de
passar só, a data aonde convencionalmente uns passam
trocando beijos e carícias.
Se há uma coisa misteriosa é quando
encontramos alguém.
Digo: quando encontramos alguém que
parece que faz sentido.
Ainda mais quando esse alguém porta
fatais olhos e cabelos negros contrastando
com a pele alva.
Acredito que tremi nas bases; eu que já
ando ferido e, pensei, insensível.
Mais do que bonita, é uma mulher...
Como explicar?
Tive que domar meus impulsos de várias
ordens.
Quando tocou- me com as mãos, parte de
mim se encolheu de medo.
Sinal de alarme.
Parecia por horas que nela estava
concentrado
tudo que de mais bonito ainda consigo
sentir.
Sim, eu conheci muita gente depois que
fiquei só.
Mas esse encontro ensinou-me a diferença
entre sentir e conquistar.
É difícil conquistar alguém quando se é
tocado.
As armas ficam depostas.
Eu falava para que meu silêncio não
traísse-me.
O fundo silêncio comovido de alguém que
viu a imagem de alguém que julgara
impossível existir.
E que, entanto, conquistou minha rendição
sem qualquer combate.
E todas essas flores agora só pedem que
ela as trate bem, para se tornar dona do
jardim.
12/06/2002
Marcelino Rodriguez é colunista sazonal do
Blog Luiz Domingues 2.
Escritor de vasta e consagrada obra,
aqui nos apresenta uma crônica onde a
reflexão é sobre a relação entre os
casais de namorados.
Love is love
ResponderExcluirConcordo contigo !
ExcluirÉ simples assim !