Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 71 - Por Luiz Domingues
A segunda música que tocamos, foi : "Crisis (Maya)". Nesta altura, o
público já estava conquistado. Enquanto eu tocava, olhava para todos os
lados, e via pessoas a dançar; tocar instrumentos imaginários;
sorrir; bater palmas; enfim, muitas reações diferentes de pessoa
para pessoa, mas o importante é que estávamos a provocar essas reações positivas. Por
ser um tema muito mais complexo do que o anterior (Utopia), percebia
que o público punha-se a inflamar-se. As convenções e o arranjo individual de
cada um, com muitos desenhos rítmicos e melódicos, começou a impressionar a plateia mais detidamente, que era
formada em sua maioria por apreciadores do Rock setentista, fãs do Raul
Seixas etc.
Apesar do programa ter sido o berço de inúmeras bandas de
estética "moderna", oriundas do Pós-Punk, e derivados dessa tendência, o
público foi em essência formado por hippies anacrônicos, seguidores de
Raul Seixas etc. Dessa forma, o nosso som caíra como uma luva,
pois tocávamos na contramão da estética vigente, e sua ruindade musical
inerente e indecente...
A partir do solo, a Fender
Stratocaster do Rubens apresentou um sinal de desafinação inevitável após tantos "bendings" e o uso intermitente da alavanca. Ele abusava (ainda bem
!), do uso de alavanca, Hendrixeano que era, mas isso causava geralmente um dano à
afinação, certamente. Na parte final, onde ele toca diversos
acordes sob influência jazzística, isso ficou evidenciado. Mas mesmo assim, a
performance foi boa, e o público apreciou muito. Notamos um certo
desconforto dos produtores da TV, com o tamanho da música, naturalmente
por deduzir que tocaríamos três músicas do tamanho de Utopia, ou seja, o padrão Pop radiofônico.
Isso explica o fato de que na edição da TV, a equipe de edição apenas ter colocado a canção, "18 Horas", no ar, outra mais longa ainda. Entretanto, também concordo que foi a melhor da nossa performance no dia, e a que provocou a maior reação popular, espontaneamente, conforme relatarei a seguir.
Abaixo, o link do vídeo de "Crisis (Maya)", no You Tube :
http://www.youtube.com/watch?v=ulOWgEvvl44
Contudo,
devo observar que o público pôs-se a reagir em um crescendo. Antes de darmos
a primeira nota de "Utopia", o sentimento foi de uma profunda incógnita
estampada naqueles rostos. Mas após, "Crisis (Maya)", já estavam ganhos em nosso favor, sem sombra de dúvida. Porém, ao final de "18 Horas", foi uma ovação e coroou o nosso passaporte para subir um degrau na carreira ou talvez mais do que um.
Nenhum comentário:
Postar um comentário