Discutido um repertório básico de show, houve uma proposta do Ciro para intensificar o esforço de que novas músicas surgissem e com letras baseadas em poemas que faziam parte do livro que seria lançado em breve. Dessa forma, ele mandou duas letras para o Kim e duas para que eu o fizesse também.
No meu caso, recebi dois poemas, denominados: "Planície dos Sonhos" e "Xadrez Cósmico". Eu trabalhei primeiro com um riff que já tinha em mente há muitos anos, e que reiteradas vezes tentei colocar à disposição do "Pedra", mas ali nunca foi aproveitado, e de fato, colocar ideias para o Pedra sempre foi uma questão muito difícil pela maneira pela qual aquela banda se portou ao longo de sua história e não cabe aqui tecer nenhum comentário a mais. Se o leitor pulou o capítulo do Pedra, convido-o a lê-lo ou relê-lo para entender o que aqui coloco. Agora, livre de crivos alheios e intimidadores, o riff poderia ser aproveitado sem problemas e foi o que fiz para musicar o poema: "Planície dos Sonhos".
Não foi fácil, no entanto, encaixar a métrica da melodia cantada ao poema, pois é notório que é muito mais difícil para qualquer compositor, criar a música para uma letra pronta, sendo o processo inverso, pensar na letra com a harmonia, ritmo e melodia definidos, muito mais fácil.
Mesmo ao ter que fazer algumas modificações a posteriori e com apoio do próprio, Ciro, que também estabeleceu algumas mudanças nos versos do poema, o resultado ficou ótimo. Fiquei bastante contente em ver a ideia prosperar e se tornar uma canção com forte apelo psicodélico sessentista, uma das minhas paixões em termos de vertentes dentro do Rock.
Já a outra canção, foi fruto de uma melodia que por incrível que pareça veio à minha mente no período em que eu ficara internado no hospital.
A se tratar de um Rock'n' Roll bem ao sabor glitter setentista, ganhou co-parceria com o Kim, que criou um riff de introdução e outro de intermezzo, bem interessantes, a enriquecer a composição.
Um ensaio acústico foi marcado na residência dos Pessoa, e onde foi possível mostrar as músicas compostas e se estabelecer os seus arranjos.
Da parte do Kim, a sua contribuição com novas músicas se deu com "Mariposas" e "La la la". Sobre "Mariposas", o Kim nos trouxe também um Rock básico, mas com uma melodia absolutamente inusitada.
A se tratar de algo inspirado no canto lírico e ao se considerar que o Kim adora música erudita e tem amplo conhecimento na área, tal ideia que nos trouxe foi uma sacada genial e que casou-se de uma forma louquíssima com a letra surreal escrita pelo Ciro...
"Self" do ensaio, em 6 de outubro de 2015
A outra canção que criou, "La la la", fora um "bubblegum" sessentista sensacional e com um potencial Pop extraordinário. Mas no frigir dos ovos, acabou por ficar de fora do set list do show.
Mais um ensaio acústico foi marcado e a seguir, dois ensaios elétricos para firmar o show.
Fotos do ensaio de 15 de outubro de 2015
Por outro lado, ao se considerar que o show não era o foco em si, mas um reforço ao lançamento do livro e noite de autógrafos, a divulgação estava a atingir frentes diferentes, do mundo literário, inclusive.
O poeta, Claudio Willer, havia confirmado a sua presença, e ele havia assinado o prefácio do livro, portanto, seria uma super honra para o Ciro e para todos nós, ter a presença de um grande artista e pensador a prestigiar o evento.
E assim chegou o dia da noite de autógrafos-show...
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