segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 47 - Por Luiz Domingues

Ainda em dezembro de 2015, nós voltamos ao Santa Sede Rock Bar para cumprirmos dois shows com características atípicas para os padrões Rockers do estabelecimento, mas que não foram novidade para nós.

                                  Foto: Rogério Utrila

Fizemos dois shows no formato acústico, mesmo que tal conceito fosse meramente vago, pois na prática, somente o Kim deixava a sua guitarra em casa e fazia uso de um violão amplificado. Tratara-se de uma experiência que a casa queria fazer, ao promover shows com sonoridade mais comedida aos domingos e sob um horário típico de matinê, para tentar atrair um público diferente que poderia divertir-se, mas sem a consciência pesada de chegar tarde em casa e ter que acordar cedo na segunda-feira. 

E assim foi no dia 6 de dezembro de 2015, com um público razoável, e mediante o nosso som bem comedido na base do "acústico" que já havíamos nos habituado a executarmos em tantas outras casas, com o repertório a transitar entre o Blues ameno e muitas baladas com aspecto Pop ao sabor das décadas de 1960 & 1970.

A receptividade foi ótima, fomos convidados a repetir a dose no domingo posterior, dia 13, com o repertório um pouco mais pesado, apesar do violão e a sintomática ausência do elemento "drive".

                                     Foto: Rogério Utrila

Foram as últimas apresentações de 2015 para Os Kurandeiros, embora ainda tivéssemos compromisso com a Magnólia Blues Band, a nossa dupla identidade.

O ano de 2015 fora bom para Os Kurandeiros, embora que no âmbito particular, não tenha sido nada fácil para mim em particular. 

Enfrentei doença, internação e cirurgias, fora uma lenta recuperação e ao final de 2015, infelizmente eu tive a constatação de que um efeito colateral das cirurgias que enfrentara, surgira e segundo o médico que consultei, uma terceira cirurgia se tornara inevitável. Mais branda, por se tratar de uma disfunção muscular, e com recuperação mais rápida, mas o fato foi que eu teria que passar pela mesa cirúrgica, inevitavelmente, e pela terceira vez.

                                 Foto: Leandro Almeida

Enfim, fora esse aspecto de minha saúde pessoal, eu não pude me queixar, pois mantive-me vivo e eu corri um risco grande de ter perdido a vida, enfim pude retomar os meus trabalhos musicais, literários e prosseguir a escrever a minha autobiografia, que neste instante de fevereiro de 2016, quando escrevo este trecho, está na reta final de sua conclusão.  

E acredite, a perspectiva de deixar este relato inacabado, muito me angustiou nos dias em que flertei com a morte, nos primeiros meses de 2015.

Portanto, ao estar a escrever este balanço de 2015, eu só posso agradecer aos membros d'Os Kurandeiros pelo apoio inestimável que tem me deram nesse período, ao entenderem e cooperarem comigo ao máximo, sabedores do meu estado de saúde debilitado nestes tempos e que ainda iria demorar um pouco para passar, para que eu pudesse me sentir 100% apto, fisicamente e sem maiores receios.

Quando o ano de 2016 chegou, nós já tínhamos definido que o projeto no Templo Club iniciar-se-ia ao final de janeiro de 2016, e que neste caso, fora batizado como: "Sunday Blues". Eu sugeri que fosse: "Sunday Rock & Blues" para conferir uma amplitude maior no mote, mas fui voto vencido e ficou definido pela sugestão inicial.
Antes porém de mergulharmos nessa nova perspectiva, ainda fizemos mais um ótimo show no Santa Sede Rock Bar. Tirante já termos iniciado o ano novo com a nossa identidade paralela, como "Magnólia Blues Band", esse foi em tese, o primeiro show do ano de 2016 para Os Kurandeiros.
                              Fotos: Jani Santana Morales

Noite de 15 de janeiro de 2016, com um ótimo público presente na casa e sob a eletricidade total, que sempre me agrada muito mais, causou euforia e foi muito positivo.
                               Foto: Jani Santana Morales
                                       Foto: Lara Pap

Ciro Pessoa apareceu e fez uma participação efusiva, que arrancou muitos aplausos. Os Kurandeiros usaram a sua terceira identidade por quinze minutos, e ali o "Nudes" atuou com desenvoltura. Mais três shows ocorreriam ainda janeiro de 2016...
                                      Foto: Lara Pap
Continua...

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