E como tínhamos compromissos marcados para um curto espaço de tempo, decidimos só promover a estreia do Chico Dias, em um outro momento adiante, com maior segurança. Por isso, fizemos os shows mais próximos ainda no formato de um "Power-Trio", ao adiar a estreia dele para setembro.
Nesse
ínterim, ficara dramática a sua adaptação, como eu já citei anteriormente. Apesar
de ter aprendido a deslocar-se da casa do poeta, Julio Revoredo, para o
ensaio, até a residência do Rubens (sendo inclusive ciceroneado pelo próprio
Julio, nos primeiros dias), isso o assustava.
E logo deu mostras de que estava com saudade de sua rotina caseira, ao lado da família, e na segurança de sua pequena cidade. Foi muito natural que sentisse tal nostalgia, entendíamos, mas ao mesmo tempo, preocupava-nos, pois mal estávamos a iniciar a convivência, e não havia acontecido ainda nenhum show sequer. Lembro-me dele a tecer comentários singelos do tipo: "três da tarde... nesta hora, a minha mãe estava a preparar-me um mingau"... com o seu forte sotaque gaúcho.
E ainda havia outros aspectos: além de prepará-lo para o palco, preocupava-nos a sua imaturidade para ser um "frontman", em um momento crucial no qual a banda estava a obter oportunidades na mídia. Como comportar-se-ia eventualmente em uma entrevista (e de fato, teríamos que submetê-lo a isso), e diante desse fato, preocupamo-nos pois logo surgiriam tais compromissos? Tanto no rádio, quanto na TV, seria inevitável que dessem-lhe a palavra, mesmo se nós três, mais tarimbados e acostumados, tomássemos a dianteira. Seria natural que o "vocalista" fosse procurado pelo entrevistador, até mais do que qualquer outro membro do grupo.
E mais um fator: em um momento em que estávamos
a aprimorar o nosso figurino, ele chegou em São Paulo, despreparado
nesse quesito. Portanto, foi mais uma preocupação que tivemos...
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