Contudo, a oportunidade em tocar no interior seria importante para os nossos esforços de expansão, sob uma primeira análise, mesmo não sendo em condições ideais. Outro ponto importante, foi que o show fora fechado graças a um esforço de um abnegado fã, chamado : Hélcio Junior, que era nativo da cidade, embora morasse em São Paulo / capital, tendo assistido muitos shows da nossa banda, incluso nas gravações ao vivo do programa "A Fábrica do Som", onde teve inclusive, a iniciativa de mandar fazer uma faixa a exaltar-nos e tendo-a exibido em participações nossas no programa, onde apareceu em vídeos, hoje disponíveis no You Tube. Pois então, esse fã / amigo, proporcionou toda a ponte para o contato ser feito e fechado o show.
Nesse dia, contamos com um apoio extra muito importante, da parte de um outro amigo da banda. O Daniel Negrão, vulgo "Papel", oferecera-nos uma casa de veraneio de sua família na cidade, quando insistiu para que hospedássemo-nos lá, para o show. Não seria o caso, pois Atibaia fica a apenas sessenta Km de São Paulo e assim, optamos por voltar a São Paulo, imediatamente, mas sim, usamos a casa como camarim, ao passarmos momentos agradáveis, antes do show, a aproveitarmos a comodidade de uma tremenda casa confortável e afastada do centro, mais a parecer uma casa europeia encravada em meio a um bosque.
A Chave do Sol e a sua turma de amigos / roadies, na casa de veraneio da família Negrão, minutos antes de irmos para o show do "Crie", em Atibaia / SP - 1º de setembro de 1984. Da esquerda para a direita, em pé : Zé Luiz Dinola e a sua namorada, Eliane Daic; Sergio de Carvalho; Hélio; Rubens e a sua namorada Mônica Maya; Agachados : Daniel Negrão "Papel" (o dono da casa de veraneio); eu (Luiz Domingues); Claudio "Capetóide",de Carvalho e Chico Dias. Click : desconhecido
O espaço cultural em que apresentarnos-íamos, chamava-se "Crie".
Fizemos o show com surpreendente público em torno de duzentas pessoas, o que foi muito para um espaço inadequado para espetáculos de Rock, por tratar-se mais de um mini centro cultural, melhor preparado para ser um espaço de exposições e apresentações musicais intimistas, como já salientei anteriormente.
Apesar disso, o show foi bastante energético e mesmo com pouco espaço, o Chico Dias demonstrou ter potencial como "frontman", a carecer de um pouco de lapidação de nossa parte, e experiência, da parte dele.
O ponto negativo ocorreu com um roadie nosso, que criou uma confusão alheia à nossa vontade.
Como já relatei anteriormente, havíamos passado por algo parecido poucos dias antes, mas desta vez o imbróglio foi mais sério. Ocorreu que esse roadie, que na verdade era um garoto bem novo e mais "carrier" (profissional que dedica-se somente a carregar equipamentos e instrumentos, mas não envolve-se em seu processo de montagem, pois isso requer conhecimentos técnicos superiores), do que roadie, propriamente dito.
Empolgado em estar a viajar com uma banda de Rock, inebriou-se com toda a atmosfera glamorosa que isso poderia representar em sua percepção e principalmente, quando percebeu que isso poderia dar-lhe algumas vantagens pessoais. Entre tais supostas benesses por estar na equipe de uma banda de Rock, ele notou que isso facilitaria a possibilidade dele paquerar e conquistar garotas.
Então, engraçou-se com uma menina bem nova e bonita, e assim despertou a ira de alguns rapazes presentes, e o mal estar começou, com hostilidades; promessas de briga na rua, e o inevitável "acerto de contas". Isso respingaria na banda, certamente, pois não aceitaríamos que ele fosse agredido, de forma incólume.
Então, para tentar apaziguar os ânimos, o amigo Hélcio Junior, que era da cidade e conhecia os garotos, interveio, com amigos a apoiar. O clima esquentou e na rua, chegaram a partir para as vias de fato, enquanto tocávamos, mas o Hélcio e seus amigos trataram por apartar e salvar o rapaz imprudente, que chamava-se : Hélio.
Os brigões prosseguiram a hostilizá-lo e prometeram voltar com "reforços", mas o Hélcio tranquilizou-nos, ao dizer tratar-se apenas de garotos inconsequentes e conhecidos na cidade, portanto, que não haveria desdobramentos preocupantes.
De fato, o show acabou tranquilo e nada mais desagradável ocorreu nesse sentido. Voltamos para São Paulo na mesma madrugada e com o dever cumprido, além de estarmos contentes com a estreia do Chico Dias.
De certa forma, foi importante ele ter estreado em um show de pequeno porte, pois deu-lhe mais segurança para enfrentar compromissos mais importantes doravante, e de fato, em breve os teríamos. Isso ocorreu no dia 1° de setembro de 1984.
Curiosamente, o próximo show seria em um outro espaço, mas na mesma cidade de Atibaia, interior de São Paulo...
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