Uma semana
antes, a distribuidora do filme no Brasil, em parceria com a gravadora WEA / Atlantic,
promoveu uma avant-premiére, com direito a cocktail e reforço de um P.A.,
dentro de uma sala de cinema de São Paulo, para reproduzir o áudio com potência de show ao
vivo. Eu quase arrumei convite para esse evento, pois meu amigo, Cido Trindade,
tinha um contato forte, que abriu-lhe essa possibilidade. Na hora
"H", só foi possível obter convite para ele e sua namorada, e
infelizmente eu perdi essa oportunidade.
Então, como pobre mortal, contentei-me em
assistir a partir da exibição aberta ao público em geral. Foi bem próximo ao feriado de 7 de
setembro, provavelmente no dia 8, pois lembro-me bem que foi em uma quinta-feira.
De todos os amigos e companheiros da banda, só o Wilton Rentero pôde ir comigo, pois
queríamos assistir logo na primeira sessão.
Lembro-me que estava um frio intenso e com
leve garoa, o que forçava-nos a andar todos com roupas pesadas e certamente mais
elegantes e Rockers. Chegamos ao Cine Majestic, da Rua Augusta, bem próximo do
cruzamento com a Av. Paulista, por volta do meio-dia, para esperar a sessão das quatorze
horas e já havia um freak sentado no chão, perto da bilheteria... e rapidamente chegavam Hippies;
Freaks & Rockers pelos dois lados da rua. Vou te contar, meu amigo leitor : que
saudade tenho dessa época, com esses ecos "Woodstockeanos" ainda vívidos. Esse
clima de porta de show, era sempre mágico, como se estivéssemos na porta do “Fillmore
West”; “Winterland”; “Raibow Theater” de Londres...enfim...
Quando a bilheteria abriu, finalmente, a fila já era imensa. O rapaz que já estava ali antes de nós, comprou o ingresso, e com ele em mãos, fez pose e recebeu aplausos da massa freak, presente. Fui o segundo e também recebi aplausos...
Quando a bilheteria abriu, finalmente, a fila já era imensa. O rapaz que já estava ali antes de nós, comprou o ingresso, e com ele em mãos, fez pose e recebeu aplausos da massa freak, presente. Fui o segundo e também recebi aplausos...
Esse clima de fraternidade e cumplicidade
em torno de um ideal, foi destruído logo a seguir, infelizmente, graças aos ventos do
baixo astral que já sopravam em Londres, e com esses simpatizantes dessa causa
esdrúxula, a comprometer-se a "destruir" tudo o que amávamos... que
bela "atitude"...mas ainda saboreei o fim dessa Era Hippie, e
sinto-me feliz por ter essas lembranças preciosas na minha memória.
E quanto ao filme, as reações ocorriam como em um show
ao vivo. Quando o Robert Plant comia um cogumelo, na cena em que
"interpretava" um cavaleiro medieval, as pessoas vibravam, soltavam
gritos... a cena do Jimmy Page, caracterizado como bruxo na
montanha, também provocava reações acaloradas. Fora o fato de sempre haver pessoas a cantar e muita gente não
ao não aguentar ficar sentado, e assim, dançar pelos corredores, a tocar guitarras
imaginárias... Foi inacreditável estar a assistir o Led
Zeppelin ao vivo, mesmo que sob uma tela de cinema, e a despeito da performance
musical da banda nesse filme não estar cem por cento, honestamente a analisar-se. E fui muitas outras vezes assistir, com
outras companhias. Lembro-me em ter ido no sábado posterior, por exemplo, e
desta feita, acompanhado do Laert e de uma série de outros amigos e conhecidos
dele, Laert, também. Nesse sábado, Recordo-me em ter sentado-me ao lado de uma amiga
dele, que estava a viajar pelo efeito de "bolas" e não parou um
segundo de contorcer-se durante o filme, com picos de euforia em canções que
ela devia gostar mais.
Continua...
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