Capa do programa do Festival VI Fico, onde o Boca do Céu concorreu em duas eliminatórias, nos dias 7 e 14 de outubro de 1977
No caso do FICO, tratava-se de um festival particular de um colégio chamado, Objetivo, mas tinha grande estrutura. As eliminatórias foram realizadas no salão de festas do Palmeiras, com cinco mil adolescentes ensandecidos na plateia; palco com P.A. e luz profissional; e artistas mainstream para fazer os shows, a cada eliminatória etc. Vou esmiuçar a seguir a nossa experiência em tal festival...
No caso do FICO, tratava-se de um festival particular de um colégio chamado, Objetivo, mas tinha grande estrutura. As eliminatórias foram realizadas no salão de festas do Palmeiras, com cinco mil adolescentes ensandecidos na plateia; palco com P.A. e luz profissional; e artistas mainstream para fazer os shows, a cada eliminatória etc. Vou esmiuçar a seguir a nossa experiência em tal festival...
Para a nossa alegria total, classificamos
duas músicas no Festival FICO. Tocaríamos "Diva" e "O Mundo de
Hoje". Havíamos enviado outras músicas, incluso "Revirada",
nossa maior aposta, e certamente a mais forte do nosso repertório, mas sabe-se lá
por quê, as classificadas foram as que citei acima. O FICO, era um Festival colegial, mas muito
badalado, por ter infraestrutura forte; com patrocínios; equipamento de nível
profissional; eliminatórias realizadas no salão de festas do Palmeiras; com a
grande final no ginásio do Ibirapuera; a presença da orquestra do maestro,
Záccaro para acompanhar quem assim o desejasse; e artistas mainstream a fazer
os shows de entretenimento, a cada noite.
Fomos tocar com aquele calafrio típico para principiantes, na
primeira eliminatória, dia 7 de outubro de 1977. Lembro-me em chegarmos por volta das quinze
horas, no Ginásio do Palmeiras, para o soundcheck, e ficarmos deslumbrados com
o tamanho do palco; o equipamento, e o tamanho do salão, onde muitos shows de
Rock e MPB aconteceram anteriormente, fora os tradicionais bailes de carnaval
do clube. Passado o som com toda a rapidez peculiar com a qual os técnicos
lidam com artistas desconhecidos, fomos esperar nossa vez de tocar. Foram horas
a perambular pelas áreas permitidas dentro do Parque Antárctica, e quando
abriram os portões para o público, deu aquela ansiedade, ao vermos aquela massa
a entrar e rapidamente abarrotar o salão. Seguramente, havia cinco mil
pessoas presentes. Era um público formado por alunos, com cem por cento de adolescentes
dispostos a bagunçar a todo custo. Sabíamos que ao tocar bem ou mal, seríamos
hostilizados só por conta do bullying natural que representava aquela
experiência infanto-juvenil. Antes, assistimos o soundcheck dos artistas que
apresentar-se-iam após os concorrentes.
Naquela primeira noite, seriam "Os
Originais do Samba" e com sua formação clássica, com Mussum, o trapalhão,
na formação dos sambistas. Então, quando o festival começou, ficamos naquela
expectativa para chegar a nossa vez. E os concorrentes anteriores já haviam
sido bem hostilizados...
Continua.....
Nenhum comentário:
Postar um comentário