Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
quinta-feira, 3 de abril de 2014
Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 106 - Por Luiz Domingues
O rapaz que fez as camisetas e os bottons para nós, com o logotipo da pomba a voar sob o sol (a arte é de José Vicente Dias), era bem falante, e envolveu-nos em relação a uma promessa feita em torno de agendar-nos shows. Ele não era um empresário, propriamente dito, mas dizia ter contatos, e entre eles, o de um possível contratante que levar-nos-ia à Porto Alegre. Sabíamos, através de membros da produção do programa, "A Fábrica do Som", que muitas das tais "dezoito mil cartas" enviadas por telespectadores a elogiar-nos, pedir informações, ou solicitar novas exibições de nossa parte, foram enviadas do Rio Grande do Sul, e notadamente, muitas, de Porto Alegre.
Então, ficamos bastante animados com essa perspectiva. Todavia, o sujeito estabelecera uma clara estratégia de barganha, para tentar obter um acordo de porcentagem absurda, como comissão. Irredutível, recusava-se em ceder a sua sanha financeira e dessa forma, ficamos sem o contato, que ele evidentemente não cedeu-nos. E teve outro aspecto, pois ele era um sujeito comprometido com aquele parâmetro em torno do repúdio ao passado, por ter comprado a ideia do niilismo punk de 1977, etc e tal. E vivia a importunar-nos para que modificássemos o nosso som e visual, para buscar a adequação com aquela estética horrenda, mas em voga.
Mesmo que fôssemos mercenários dispostos a qualquer coisa para ingressar no patamar mainstream, certamente não seria pelos contatos obscuros dele, que conseguiríamos. Entretanto, foi a priori, o primeiro sujeito que aproximou-se de nós para fazer algum tipo de trabalho empresarial. Mas claro, não fechou nada e ficou somente marcado pela sua conversa fiada. Anos depois, chegou a montar uma loja na Galeria do Rock. Já em 1985, este rapaz viria a procurar-nos para um novo oferecimento em torno do merchandising, mas ainda estava absorto naquela mentalidade idiota, e ficou o tempo todo a ironizar-nos por termos o visual de bandas "ultrapassadas" como o "Whitesnake" etc. Onde estará o grande arauto do Pós-Punk hoje em dia ? Ainda defende esses ideais, por acaso ?
Continua...
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