E nesta avaliação de "melhores" de 1992 da Revista Bizz (que era a Bíblia" dos formadores de opinião, infelizmente), o Pitbulls on Crack teve menção espetacular ao meu ver.
Nota-se que o "Skank" ainda era um ilustre desconhecido fora do mainstream, e eu recordo-me de que seus membros autoclassificavam-na como uma banda de reggae nessa época, mas já despontavam, e questão de dois anos depois, passariam a visitar o hit parade do mainstream. O mesmo caso de Daniela Mercury, que estouraria como cantora de "axé music", logo a seguir, nos holofotes do mundo mainstream. Quanto aos demais, eram nomes que despontavam no underground, como "Mickey Junkies"; "Virna Lisi"; "Yo-Ho-Delic", e "Gothic Vox". Curiosa a presença do "Second Come" em primeiro lugar, pois ao que consta-me, e corrijam-me se eu estiver errado, essa banda não aconteceu, simplesmente. "Justa Causa" é outro exemplo que não deu em nada, e convenhamos, nem no âmbito underground eu sabia de sua existência à época. "Exhort" era uma banda de Heavy Metal formada ainda nos anos oitenta, cujo baixista, Nando Machado, fora meu aluno, e ele é irmão do Felipe Machado, guitarrista do "Viper", e jornalista. O "Gangrena Gasosa" era uma banda de Metal extremo, mas tinha uma curiosa temática, pois todos os seus membros usavam vestimentas ritualísticas do Candomblé, e as músicas giravam em torno da terminologia usada entre os membros de tal religião afro-brasileira. Por esse detalhe, era bastante criativa pois se investia no surrado espectro do satanismo / ocultismo / demonologia, exaustivamente usado por bandas internacionais desse gênero, pelo menos usava o folclore genuinamente afro-brasileiro para impressionar os seus fãs. Finalmente, o tal de "Xicotinho e Salto Alto" (escrito com X, errado, eu sei...), era uma incógnita para a minha percepção. O que era aquilo, uma dupla sertaneja, ou uma banda de rock satírica ?
Para efeito de autobiografia, chama-me a atenção que no virar de 1992 para 1993, nós tenhamos suplantado o "Yo-Ho-Delic", que vinha de uma labuta mais antiga que a nossa, desde 1991, pelo menos. Além de ter maior longevidade, tal banda quando começamos a dar os nossos primeiros passos, era a mais "hypada" nas conversas de bastidores pelas casas noturnas do circuito indie de São Paulo, e também nas rodinhas formadas por jornalistas; músicos e produtores musicais. O fato de nós a termos superado na reta final, mesmo ao entrarmos na corrida depois, foi extraordinário, e explica um pouco o por que deles ter sido preteridos pela gravadora, a constar da coletânea, e nós confirmados, ao contrário.
Continua...
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