A terceira participação foi a mais produzida, apesar do material usado ser bem simples, improvisado mesmo. Consistia da entrada do "Homem Abatjour", com uma performance bem fantasmagórica, ao caminhar pelo palco e interagir com a plateia, ainda que sem exageros. Mais uma vez, a ideia foi dar um efeito nonsense, causar estranheza e sutilmente fazer uma analogia com o "Sol" da Chave do Sol. Durante a execução da música : "No Reino do Absurdo", o poeta, Julio Revoredo, entrou em cena com aquele paramento todo que eu descrevi anteriormente, mas não custa repetir : uma capa preta que cobria-lhe até os pés; um enorme abatjour acoplado em sua cabeça e por baixo, figurino preto para reforçar.
O Zé Luiz (quem mais ?), preparou toda a engenhoca para acomodar na cabeça do Julio, com a respectiva armação para a lâmpada, e bateria que a alimentáva-a. A performance nos dois dias foi muito boa, e causou efeito. Foi difícil para o Julio, pois estava quase impossível para ele enxergar alguma coisa, fora o calor que o manto e a luz acesa na sua cabeça, proporcionavam.
No primeiro show, da segunda-feira, ele assustou uma criança na plateia que saiu a correr, para arrancar risos de todos. Tratou-se do menino, Victor Dinola, sobrinho do Zé Luiz, filho da sua irmã, Elizabeth Dinola, que desenhara a capa do nosso compacto. Pelo fato de andar às escuras, praticamente, o Julio usou tal adversidade móvel como um trunfo à sua performance, ao caminhar com os trejeitos do personagem : "Frankenstein", clássico na interpretação do ator, Boris Karloff, o que foi ótimo para a performance.
Continua...
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