sábado, 7 de junho de 2014

Escarumba - Por Julio Revoredo

Do alto do noturno elevado, debaixo, vejo um escarumba, que corre, ustado.

A imagem, transfere-se, como sombra que se estende, o homem  ustido, ustia na cabeça, cabeça que se pensa, ameaça, acende.
Do alto, proporções anulam-se, tudo e miserável e intransferível.

O homem uste na cabeça, a cabeça que muito pensava, porque pensava, agora, esfumaça.
O vento que dissipa, não dissipa, configura o que foi pensante, o que foi humano,ameaçador.

Na sociedade, o que prevalece é o medíocre, o que não pensa.

Agora estou embaixo do elevado soturno, aquele homem debaixo, não mais debaixo, aquele homem sumiu, subiu, aquele homem não mais, aquele homem, compreende.


Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas músicas que compusemos em parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço.  Aqui ele nos traz um poema forte, cujo mote é uma crítica explícita à mediocridade que prevalece na sociedade.

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