Exercício ainda bastante desafiador é
a arte do ouvir e ver...
Requer muito do respeito ao outro de
que já somos capazes e, ainda, quando bem trabalhada, essa arte em nós, certa
capacidade de isenção para colocar-se à parte, na arquibancada, numa medida mínima de
equanimidade...
Nem tão simples assim...
Algo dentro, ativo ou viciado, gosta
de continuar em seus próprios processos.
Se ativo demais, ininterruptamente
falando, pensando, articulando suas sempre habilidades vencedoras.
Se viciado, parte da ideia que,
conhecendo o assunto ou a pessoa, precipitados são os posicionamentos,
contestações (verbalizadas ou não) sem mesmo atentar ao que seja proposto
naquele agora.
E...de novo, a ausência do silêncio,
pausa se faz presente!
Continuamos, aqui, ouvindo e vendo só
o que já está dentro de nós.
Poderíamos até dizer... "Que bom".
Ouvimos a nós mesmos!"...
Será mesmo assim?!... nem sempre parece ser!
Mudamos muito pouco ao longo
existência pela dificuldade de observar, mas, observar com aquela neutralidade
nova, genuína a cada fato, reação interna ou convivência...e, essa postura diante da vida nos
mantém reféns da mesmice, num ‘piloto automático’ que, muitas vezes,
só a dor traz seu acordar, despertar.
Somos, então, obrigados a prestar atenção
e procurar novos rumos, saídas...
Abrindo janelas, arejando pensares e
inaugurando olhares, que, ainda assim, insistem em continuar assinando
velhos hábitos por pura inércia e comodismo, e, eventualmente, quando a permissão
interna autoriza, impulsionando sagradas rebeldias...muitas,
libertadoras!
Esse costuma ser, quando acontece, um
grande momento marcador da trajetória.
Nossos ‘sims’, previsíveis e confortáveis, serão trocados,
temporariamente, por silêncios que, de início, serão
indecisos, vulneráveis e, se respeitados no seu tempo de florescimento serão
seguidos de ‘nãos’ triunfais, também ao começo frágeis, débeis, culpados...o
Enxergar diferentes perspectivas,
multiplicidade, exige mortes-----
intervalos sacramentais ----- e renascimento!
Abdicar de certezas requer humildade,
disposição para aprender, quebra de paradigmas e todas as seguranças sobre as
quais construímos bonitas histórias que, por ora, parecem movediças,
inconsistentes serem...
Quantos titubeantes ‘nãos’ se
seguirão para si e para os outros até que algo sólido, seguro volte a ser
forjado novamente, fazendo recuperar afirmativas, agora, (re) significadas e valorizadas.
Quantos jogos ainda precisaremos para
ir muito
além do jardim*,
da infância protegida que carregamos,
indo além da dualidade vítima/opressor, certo/errado, bonito/feio até que
possamos vencer dicotomias, percebendo e alvorecendo quanticamente!!!
...Na mas tê...
*Filme lançado em 1979, dirigido por Hal Ashby, com Peter Sellers e Shirley MacLaine.
Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga, consultora em harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga.
Nesta matéria, nos fala sobre a segurança e a mudança, a analisar
a necessidade das mudanças e o desafio de romper a insegurança
inerente ao darmos tais passos na vida.
Cartoon de autoria de D. Felix
Querida Telma,
ResponderExcluirOntem, domingo, estava conversando com o Fábio, meu filho, e ele me disse o quanto suas palavras o impulsionaram para decisões difíceis, mas necessárias.
E, esse texto vem reforçar e mostrar o quanto é importante sair do piloto automático, saber ouvir e aprender !
Muito obrigada mais uma vez pelo carinho e orientação, grande abraço, Mari
Querida Telma,
ResponderExcluirOntem, domingo, estava conversando com o Fábio, meu filho, e ele comentou como foram importante as suas palavras para impulsioná-lo a tomar decisões difíceis, mas necessárias. E, esse texto vem confirmar o quanto é importante saber ouvir e aprender, saindo do piloto automático.
Obrigada mais uma vez pelo seu carinho e orientação.
grande abraço, Mariangela
Sim...a vida, responsabilidades que vamos assumindo trazem a todo momento verdadeiros desafios que nos impulsionam ... Saber perceber, enxergar e usar tais situações propiciam sempre crescimento!
ResponderExcluirObrigada por seu comentário, leitura! Abraço aí Mari e na mas tê!
Prezada...mudar, pressupõem segurança, apesar dos riscos...são os constrastes a que vamos nos acostumando ao longo da vida...talvez seja o que chamamos de maturidade...ou arrôjo...quem sabe? Minha experiência pessoal diz que ambos... ;)
ResponderExcluirBjs!!! _/\_
Sim Christine...quando mudamos já alguma nova segurança foi gerada ainda que precedida do medo e do risco...e, sem dúvida, maturidade nova e arrojo são necessários para cada avanço que fazemos! Abraço, obrigada por ter somado nessa reflexão. Na mas tê!.
ResponderExcluirSim Christine....segurança nova vai embasar cada mudança e, ainda que precedida de medos e insatisfações, com a maturidade conquistada nos anteriores avanços, vamos testando mais arrojadas aventuras...confiando mais no próprio jogo da Vida!
ResponderExcluirObrigada por ter somado com seu comentário. Abraço, na mas tê!