domingo, 21 de outubro de 2012

Autobiografia na Música - Trabalhos Avulsos - Capítulo 10 (Tato Fischer) - Por Luiz Domingues

Conforme já disse no capítulo anterior, o show no CAP cobrira todas as despesas e rendeu-nos um cachet bom para todos da banda, garantido. E nesse show do CAP, havia cerca de seiscentas pessoas presentes. A maioria portou-se com atitude blasé em relação ao espetáculo, mas pelo menos no aspecto financeiro, fez com que a mini tour interiorana tenha valido a pena.
Ficamos hospedados na residência da família do Tato. Fomos muito bem recebidos, com a típica hospitalidade interiorana, com direito à fartura incrível na mesa. No dia seguinte, tínhamos que seguir para Araçatuba, mas o Tato não havia dormido na casa de sua família, por ter tido um conflito no camarim do CAP, na noite anterior.

Acordamos, almoçamos e aguardamos um pouco. O pai da Tato culminou em localizá-lo, e foi buscá-lo. Visivelmente tenso, entrou no carro do seu pai, e nós seguimos em outro. Um caminhão baú da banda de bailes, que deu-nos suporte com equipamento nas noites anteriores, também seguiu em comboio conosco. Foi efêmero esse momento, mas pela primeira vez na vida senti-me em turnê, ao viajar com uma estrutura fidedigna. Mas como já disse, nem deu para sonhar, pois fora fugaz naquele momento, e demoraria anos para eu ter uma estrutura assim na minha carreira, em alguma banda autoral.
Chegamos em Araçatuba e infelizmente, quando estacionamos na porta do teatro, vimos o Tato sair do carro da frente, abruptamente, e sair a caminhar depressa, dobrar a esquina e sumir de nossa vista.
Eu; Cido e Sérgio, além da Celina, esposa do Sérgio,  resignamo-nos, pois conhecíamos o temperamento dele, portanto não preocupamo-nos, pois sabíamos que ele cumpriria o compromisso.
Enquanto os roadies montavam o P.A. e o palco, no Tetaro Intec, eu aproveitei para visitar parentes que tenho naquela cidade. No horário combinado, saí da residência de meus tios, e pus-me a caminhar tranquilamente até o teatro, que era perto. O Tato apareceu em cima da hora e mostrou-se tenso. O show aconteceu, mas essa tensão, aliado ao som que não ficou bom naquela noite, fez com que o show fosse frio, mediante pouca interação com o público.
No dia 25 de novembro de 1979, compareceu ao Teatro Intec (acho que era uma sigla, a representar um sindicato de alguma categoria trabalhista), cerca de 200 pessoas. Havia cadeiras vazias, pois não lotou. Dali, voltamos à Penápolis, e pernoitamos na residência da família do Tato. Ele ficou para passar alguns dias em sua cidade natal, mas a banda e Celina, voltou para a capital, na segunda-feira, após o almoço.
Continua...

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