Portanto foi uma semana dura, mas conseguimos tirar as trinta músicas escolhidas. E o Edmundo, que cedeu-nos sua residência, gentilmente, seria aquele mesmo que eu convidaria, quase três anos depois, para ser o primeiro baterista da Chave do Sol, e não deu certo. Ficamos amigos, pois ele era Rocker e conhecia muito do Rock 1960 / 1970.
Lembro-me que nos intervalos dos ensaios realizados em sua casa, ouvimos discos do Greenslade, banda Prog-Rock setentista que apreciávamos, por exemplo. Aliás, ao longo da narrativa, vou contar muitas histórias sobre uma série de pessoas que orbitou em torno da banda. Amigos "freaks" desse período da minha vida, onde frequentei muito o bairro de Perdizes, na zona oeste de São Paulo, por conta das atividades desse grupo. Realmente fomos para essa apresentação, um tanto quanto despreparados. Não soaria perfeito, como essas bandas cover ou bandas tributo que existem por aí, e que esmeram-se em executar, mas cumpriria a função.
E afinal de contas, não era um show, mas uma festa de final de ano em uma empresa de engenharia, descompromissada e informal.
Chegada a véspera, fomos autorizados a montar o equipamento no período noturno, após o expediente do escritório. A empresa chamava-se, "Diâmetro Engenharia", e sua sede, ficava localizada na Av. Faria Lima, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo.
Portanto, pouco importou-nos as pequenas falhas musicais que cometemos, no cômputo geral. Encerradas as trinta canções que tínhamos ensaiadas, os senhores, bêbados, queriam mais. Sem repertório, começamos a improvisar e aí, passamos a tocar material sob improviso, sem ensaio, mas que todos sabiam, ao menos razoavelmente. Foi uma farra na empresa, com os engenheiros embriagados, e nós a tocar Led Zeppelin; Ten Years After; Novos Baianos; Creedence C. Revival; The Doobie Brothers etc. Não lembro-me a cifra certa, mas recebemos um cachet muito acima do que eu jamais ganhara antes, portanto, valeu a brincadeira. Essa apresentação ocorreu no dia 21 de dezembro de 1979.
E ao verificar que a banda mostrou química, o Paulo Eugênio convocou uma reunião, onde por aclamação, ficou acertado que tornar-se-ia uma banda fixa, doravante. Começaríamos a aumentar e diversificar o repertório, e ele, Paulo Eugênio, a reativar seus contatos com casas noturnas.
Continua...
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