Foto da viagem que o Boca do Céu fez à cidade de Itanhaém, no litoral sul de São Paulo, em julho de 1977.
E assim, reservamos uma semana para essa viagem recreativa. A casa de praia da família Vicino foi cedida-nos, e ali ficamos instalados por sete dias. Isso ocorreu na cidade de Itanhaém, litoral sul do estado de São Paulo. Só o Wilton Rentero não pôde ir nessa viagem, mas o quarteto esteve presente. E com dois violões, pudemos trabalhar mais músicas. A despeito de eu não gostar de praia (é nítido, até pela foto do Boca do Céu na praia, pois sou o único vestido formalmente, sob um ambiente praiano, foto essa disponível nos meus Blogs dois e três...), apreciei muito a viagem, é claro, pois representava uma semana com minha banda, como se estivéssemos sob turnê. Foi algo lúdico que estimulou a imaginação. Sentia-me como se estivesse dentro de um episódio da série : “The Monkees”.
E assim, reservamos uma semana para essa viagem recreativa. A casa de praia da família Vicino foi cedida-nos, e ali ficamos instalados por sete dias. Isso ocorreu na cidade de Itanhaém, litoral sul do estado de São Paulo. Só o Wilton Rentero não pôde ir nessa viagem, mas o quarteto esteve presente. E com dois violões, pudemos trabalhar mais músicas. A despeito de eu não gostar de praia (é nítido, até pela foto do Boca do Céu na praia, pois sou o único vestido formalmente, sob um ambiente praiano, foto essa disponível nos meus Blogs dois e três...), apreciei muito a viagem, é claro, pois representava uma semana com minha banda, como se estivéssemos sob turnê. Foi algo lúdico que estimulou a imaginação. Sentia-me como se estivesse dentro de um episódio da série : “The Monkees”.
Vista aérea da cidade de Itanhaém, no litoral do estado de São Paulo
Naturalmente tocamos muito, principalmente pelo avanças das madrugadas, na praia, e mediante um céu incrivelmente estrelado e inspirador, mas
apesar desse exercício todo, isso pouco acrescentou tecnicamente à banda, pois
nós éramos muito fracos. Eu e Fran Sérpico ainda mais que os demais. Todavia, no cômputo geral, foi muito agradável.
Rimos e conversamos bastante. Lembro de fazermos caminhadas por algumas
trilhas. Itanhaém era uma cidade litorânea pequena, diferente de Santos que já tinha
porte de cidade grande, há muito tempo. Hoje em dia, cresceu demais como outras cidades
vizinhas. Creio não haver mais no litoral paulista, cidades pacatas com a presença de caiçaras
e pescadores. A especulação imobiliária tratou de acabar com esse bucolismo
remoto.
Levamos também um aparelho
de som, e muitas fitas K7. O Rock embalou nossa estada naquela casa, naqueles
dias de julho de 1977...
De volto a São Paulo, estávamos às vésperas
do Festival, "FEMOC", e eu tive uma ótima notícia pessoal que refletir-se-ia na banda :
ganhei do meu pai, um baixo novo e infinitamente superior àquele simulacro de
Hofner que eu usava desde 1976.
Tratou-se de um Giannini, imitação de Rickenbacker,
cor cherry (a versão oficial do Rickenbacker qualifica tal cor em seu catálogo,
como “Fireglow”), e zero km, ano 1977. Foi um salto de qualidade incrível,
proporcionando um impulso em todos os sentidos. Dali em diante, é que posso
dizer que comecei a melhorar vertiginosamente, tendo motivação ainda maior ao
instrumento. E claro, a qualidade sonora da banda aumentou com um instrumento
melhor. Ainda longe de ser um instrumento importado sob real qualidade, mas um
avanço em relação ao que eu possuía, anteriormente.
Vendi o velho Hofner genérico e dali em
diante, usei o Giannini RK, até 1981, quando finalmente pude
comprar meu primeiro baixo Fender.
Havíamos inscrito mais uma música no
festival FEMOC. Além de "Revirada", inscrevemos também,
"Serena", uma balada do Osvaldo, com letra do Laert. Tínhamos a
intenção em inscrever uma terceira música, "No Mundo de Hoje", mas o
Festival só aceitava duas músicas para cada aluno, e como só eu estudava lá,
optamos pelas duas primeiras. Voltamos a São Paulo e intensificamos os ensaios
elétricos para dar o melhor de nós no Festival.
Quando soubemos que a
eliminatória do Festival estava marcada para o mesmo dia do show do Joe Cocker,
ficamos apreensivos, pois não queríamos perder o show. Contudo, o Festival era muito
importante para nós, evidentemente. Dessa maneira, tomei coragem e fui pedir ao
comitê organizador que deixasse-nos tocar nossas duas músicas logo no início e
dali, para que sairíamos em disparada para o ginásio da Portuguesa de Desportos, onde assistiríamos
esse show imperdível. Outro fator importante para a banda nessa
fase, foi a perspectiva em mudar o endereço de ensaio. Já estava tudo acertado com meus pais, e eu
havia providenciado o quarto da edícula da minha casa, para abrigar o
equipamento. Aproveitei para empreender a decoração do ambiente. Coloquei cartazes de
shows; fotos de bandas que apreciávamos, e outras imagens inspiradoras de ordem
contracultural. O que eu não imaginava, no alto da minha ingenuidade juvenil,
seria que teria problemas sérios com essa mudança. Depois que os ensaios
começaram na minha residência, a questão da indisposição dos vizinhos com o barulho,
foi o mais óbvio dos problemas, mas algo pior, que eu não previa, estava por
acontecer. E por um triz, a situação não “degringolou”, a causar-me transtornos
muito maiores.
Continua...
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