quinta-feira, 5 de março de 2015

Autobiografia na Música - Pitbulls on Crack - Capítulo 67 - Por Luiz Domingues

O Grande, Geraldo D'Arbilly, a trabalhar em um estúdio. Não posso afirmar que fosse aquele lá de Santo André / SP,  que estou a citar nos últimos capítulos, mas a instalação física lembra-o bem, e pode até ser, portanto. E seguramente, se tratar-se do mesmo estúdio, esta foto é de alguns anos depois, com tecnologia digital incorporada como vê-se na foto, visto que em 1995, a tecnologia disponível ali era a antiga, analógica
 
E assim, no feriado de 15 de novembro de 1995, demos entrada no tal estúdio. Foi o início de uma fase muito difícil para o Pitbulls on Crack, mas como nos bastidores dessa banda, nem tragédia alterava a sua vocação para a pilhéria, é claro que tudo tornou-se motivo para piadas. Foi assim : logo de início, houve uma confusão perpetrada pela falta de comunicação entre a gravadora e o estúdio, em relação às fitas de duas polegadas que usaríamos. Com esse impasse, quando chegamos ao estúdio, simplesmente não havia fita disponível para trabalharmos.

Diante dessa situação constrangedora para todos os envolvidos, até tudo esclarecer-se, e ser tomada uma providência, perdemos mais de duas horas, para que um motoboy, funcionário da gravadora, aparecesse com as fitas em mãos. Todavia, como o clima já estava estranho com essa quebra de foco inicial, o próprio, Geraldo, sugeriu que apenas dedicássemos o restante do período para a preparação da bateria, a fim de preparar-se o seu som. O planejamento inicial para começarmos a gravar a bateria no mesmo dia, ficou descartado então.

Na montagem, o clima pôs-se a ficar mais ameno, com o Geraldo a soltar-se, e assim, ao deixar de lado o mau humor que acometera-o pelo episódio das fitas (e convenhamos, com Chris; Deca, e Pastor por perto, seria apenas uma mera questão de tempo para que as gargalhadas tomassem conta do ambiente, a espantar o baixo astral), e o Geraldo entrou no clima, ao divertir-se com as palhaçadas promovidas por esse trio de humoristas natos, enquanto microfonava a bateria, e começava a buscar a sua equalização inicial de captura. Apesar do clima ter melhorado, o estúdio irritava o Geraldo, pois havia problemas técnicos terríveis com os cabos de microfones; no multicabo, e nas entradas de patches dos periféricos. A todo instante, alguma falha acontecia, ao obrigá-lo a levantar-se da sua cadeira para promover modificações, quando não verdadeiros "banhos" de "WD 40", em "jacks" que insistiam em falhar, e / ou produzir ruídos insuportáveis que inviabilizavam a equalização, e ao mesmo tempo, a deixar-nos muito renitentes, em relação à continuidade dessa gravação.

Continua...

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