segunda-feira, 22 de junho de 2015

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 348 - Por Luiz Domingues


Em mais um contato proveniente do "nosso" mundo Rocker underground, tivemos um novo compromisso a cumprir.  Desta feita, seria uma nova participação em meio a um festival, nos mesmos moldes, mais ou menos do que fizéramos em agosto, por conta do festival "Baila Bala na Baleia".

Este outro chamou-se: "Outubro Music Festival" e teve também a proposta de ser híbrido, ao misturar bandas da cena Pós-Punk, com bandas Hard-Rock.

Nesse contexto, tocaríamos com o Golpe de Estado, como banda mais pesada e ligada ao tradicionalismo pré-1977, e do lado dos Pós-Punkers, bandas como "Vultos", Ghetto" e "Prysma".

É bem verdade, que muito da animosidade da estética Pós-Punk, estava a arrefecer-se no caminhar da segunda metade da década de oitenta. A agressividade arrogante das bandas que fizeram tal estética prevalecer nesse período, estava mesmo a diluir-se através de uma nova safra que ainda foi oriunda dessa tendência, mas apresentava mais docilidade e preocupação em ater-se à parte musical com um pouco mais de afinco, para deixar de lado a tosquice punk e consequente ruindade musical que norteara os seus "irmãos mais velhos", nos primeiros anos da década de oitenta.

Bandas como as que tocariam nesse festival, e posso acrescentar nesse bojo, o "Muzak", "Nau" e até o "Violeta de Outono" (que era psicodélica sessentista até a medula, mas nessa época se camuflava como Pós-Punk moderna para sobreviver nesse meio, em meu entendimento), são exemplos de como tal cena também estava em processo de mudança, mesmo que sutil.

Quanto ao festival em si, ele foi realizado em um clube em Interlagos, no extremo da zona sul de São Paulo, às margens da represa de Guarapiranga, e que se chamava: "Sete Praias".

Fez um frio considerável nessa noite, apesar de já estarmos a passar pela primavera, e embora não tenha tido a mesma organização e as atrações extra-musicais do festival "Baila Bala na Baleia", atraiu um público razoável em suas dependências bucólicas, e geladas, naquela noite.

A nossa performance foi excelente. Estávamos muito afiados, empolgados com as perspectivas alvissareiras etc.

 

Sonia e Toninho também estiveram presentes nessa noitada e mais uma vez se impressionaram com a nossa energia, e ainda mais pela reação do público que foi ótima, apesar de ser híbrido, como já observei, e muitos ali não serem normalmente simpáticos para com o som de bandas como nós, e o Golpe de Estado.

Não teríamos mais shows em outubro, e no mês de novembro também não faríamos mais nenhum, mas por outro lado, seria um mês muito agitado para a banda, com muitos acontecimentos e histórias geradas. Mas para fechar outubro, ainda tenho um fato para relatar.
Continua... 
 

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