quinta-feira, 18 de junho de 2015

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 317 - Por Luiz Domingues

Feitos os contatos preliminares, claro que aceitamos avançar na negociação, e uma reunião foi marcada para um dia de agosto de 1986. O "momentum" pelo qual passávamos era excepcional, e tudo o que precisávamos naquele instante, foi de fato, um empresário; manager, agente, escritório ou coisa que o valha, para aproveitá-lo com a adequada estrutura que pudesse representar uma alavanca ao mainstream. 
Foi a nossa obsessão desde que fomos pela primeira vez nos apresentar no programa: "A Fábrica do Som" e demos o nosso primeiro passo contundente para sair da condição de completo desconhecido no mundo do show business, mas que após várias tentativas insípidas em lidar com pessoas ou despreparadas ou com intenções escusas, não havíamos logrado êxito até então.

Portanto, tirante o "Raio X", um escritório com o qual tivéramos uma ineficaz associação em 1985, essa pareceu ser a nossa melhor oportunidade, até então. A excetuar-se, Celso Barbieri, que foi um produtor muito eficiente, mas se colocava no mercado como um profissional free-lancer e não disposto a empresariar um artista de forma exclusiva, todas as outras experiências que tivéramos até então, houveram sido traumáticas ou na melhor das hipóteses, insípidas.

A pompa e circunstância com a qual estavam a anunciar os seus dotes, não nos impressionara, por que já não éramos tão novos e ingênuos, contudo, sinalizou ser uma perspectiva muito positiva e animou-nos a ideia de que por trás de tudo, havia um interlocutor experiente do mercado fonográfico e radiofônico, como o Miguel Vaccaro Netto.


Da parte do casal que nos abordara, as informações preliminares, antes da reunião foram:

1) Fizeram uma "pesquisa" para contratar uma banda de Rock promissora para trabalhar;

2) Continham em sua carta, outros artistas contratados, mas de outros segmentos da música;

3) Possuíam um estúdio próprio com dezesseis canais para ensaiarmos e gravarmos demo-tape;

Portanto, só por nos falarem da estrutura do estúdio próprio, claro que ficamos entusiasmados, e a menção de que o "Studio V" seria uma alusão ao "V" de Vaccaro Netto, e ao seu antigo programa radiofônico, tal revelação apenas reforçou a credibilidade, e assim a estimular-nos a aceitar uma reunião.



Continua... 

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