quarta-feira, 10 de junho de 2015

Autobiografia na Música - Sidharta - Capítulo 32 - Por Luiz Domingues



De volta aos fatos cronológicos, foi assim, antes do carnaval de 1999, que os dois garotos cobraram-me definições, pois o clima ficou insustentável no interno da nossa banda. Tínhamos um ótimo baterista; cantor, compositor e arranjador, que também era um sujeito com caráter 1000%, trabalhador e muito experiente na música. Contudo, insatisfeito e a confirmar um clima amplamente anunciado por eu mesmo desde o começo, a se revelar incompatível, esteticamente com o trabalho. 

E do lado dele, havia além da insatisfação com a estética da banda, certamente uma frustração. Não descarto a hipótese dele ter saído a consider0me como a um turrão, irredutível e manipulador (no bom sentido!), pois os garotos estavam fechados comigo no mesmo ideal.

Por outro lado, eu avisei insistentemente, desde o começo e no fundo, sei que ele sabia disso muito bem e que forçou entrar no projeto, mesmo ao saber que a banda apresentava uma meta muito bem definida, e da qual eu e os dois garotos, não pretendíamos mudar uma vírgula. 


Por sugestão dos garotos, fiquei de ligar para ele e conversar a sós, para esclarecermos as diferenças e para tomarmos assim, uma decisão. Mas ele antecipou-se, e na noite da sexta-feira pré-carnaval, ligou-me e veio à minha residência para manter uma conversa comigo.

Conversamos e amistosamente, ele anunciou a sua saída. Alegou o que sentia, lamentou, é claro, e assim, se encerrou ciclo do Zé Luiz Dinola com o Sidharta.

Claro que lamentei, pelos motivos já escritos exaustivamente neste capítulo, e também por ficar com essa frustração de não termos tocado ao vivo com essa banda. Ficamos mesmo, apenas com esses meses e meses de ensaios; de onde produzimos vinte e duas músicas, gravamos diversas demos caseiras, e um vídeo amador e curto de um determinado ensaio. Comuniquei a decisão do Zé Luiz aos garotos, ainda durante o carnaval, e logo após esses feriados, nos reunimos para traçarmos novas metas. Obviamente a prioridade foi arrumarmos um novo baterista. 


Elaboramos uma nova lista de nomes, e decidimos não errar mais no quesito do comprometimento com o ideal da banda. Poderia ser até inferior tecnicamente ao Zé Luiz, mas tinha que estar 100% coadunado com o espírito 1960 & 1970, como nós, e vibrar nessas mesmas condições.


Continua...

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