terça-feira, 9 de junho de 2015

Autobiografia na Música - Pitbulls on Crack Capítulo 96 - Por Luiz Domingues

Release oficial em inglês, do CD Lift Off, disponibilizado pela gravadora Primal/Velas

O dia seguinte dessa festa malograda, na verdade estendeu-se, pois já avançava-se sobre a segunda quinzena de dezembro e convenhamos, o Brasil já estava todo parado, a falar sobre o Papai Noel; ceias pantagruélicas, reveillon, e férias de verão. Não dava para esperar outra atitude da gravadora, e todos os esforços posteriores para continuar a divulgação e distribuição, só mesmo seriam plausíveis com a entrada de 1997.
E a versão do release oficial do CD Lift Off, em português, logicamente

Não canso-me de dizer, o Pitbulls on Crack não abalava-se com nada. O fato da festa ter sido decepcionante, não tirou o humor de ninguém e pelo contrário, só gerou um saco de piadas frescas para nos divertir. A barraca de pastel/simulacro de palco; a lama generalizada, a empresária do "Tiroteio", a afirmar não gostar de nós, mas sem perceber que a festa era nossa, o público formado por uma juventude burguesa e bem alienada, completamente alheio a tudo, e a segurança agressiva, com cães nada "Peace & Love"...

Bem, esse sempre foi o lado leve do Pitbulls on Crack, uma banda cujos membros dificilmente teriam problemas estomacais, decorrentes de stress e/ou nervosismo. Os próximos compromissos seriam mesmo só a ser cumpridos em janeiro de 1997. 

O programa "Metrópolis", da TV Cultura de São Paulo (uma ótima revista cultural por sinal), daquela emissora estatal, havia ventilado o interesse em entrevistar-nos, e o programa "Brasileiros e Brasileiras", da Rádio Brasil 2000 FM, também agendara uma entrevista & show ao vivo, no estúdio da emissora. Havia também pedidos para entrevistas de algumas revistas, tais como: Rock Brigade e Cover Guitarra.

Então, quando eu mencionei o "Canto do Cisne" da banda, anteriormente, foi óbvio que nem eu, e tampouco ninguém da banda, teve essa perspectiva, naquela época. Pelo contrário, diante desses agendamentos da parte de órgãos de imprensa, para falar sobre o recém-lançado disco, deu-nos esperanças por dias melhores.
Com exceção dos órgãos da imprensa especializada, outras manifestações de apoio que tivemos, foram fruto do esforço da gravadora pelo aparato de divulgação, muito mais que interesse em nossa música, tínhamos consciência disso. Mas independente desse fator, queríamos aproveitar ao máximo, tal perspectiva. E assim encerrou-se o ano de 1996...
Foi de fato a última gota de esperança para o Pitbulls on Crack, hoje eu vejo esse fato histórico, com total precisão.
Continua...

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