quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Autobiografia na Música - Sala de Aulas - Capítulo 8 - Por Luiz Domingues


Sendo assim, sabiam que havia uma banda de Rock ali naquela pequena rua sem saída, por ouvir eventuais ecos de ensaios, mas sobretudo por ver cabeludos a subir e descer a pequena rua. O irmão mais velho era o José Fazano, um sujeito extremamente dócil e prestativo, que depois de tornar-se amigo, constituiu-se em um colaborador dos momentos finais da Chave do Sol; posteriormente durante a trajetória d1a Chave (sem Sol), e com quem quase montei um trabalho cover em uma época de parcas oportunidades, em 1991 (história essa, detalhada em um capítulo dos "Trabalhos Avulsos").

O mais novo era Carlos Alberto Fazano, ainda adolescente naquela época, e que mostrava-se fanático pelo Deep Purple. Tão fanático, que mantinha o corte de cabelo idêntico ao do guitarrista, Ritchie Blackmore. Costumava falar de cor, tudo sobre o Deep Purple, pois decorava biografias e livros com curiosidades sobre a banda e revelava-se como um dos maiores entusiastas da "SBADP" (Sociedade Brasileira dos Apreciadores do Deep Purple), fã-clube dirigido por João Cucci Neto. A amizade ficou instantânea com os irmãos. O Carlos por ser um adolescente com quatorze anos na época, só estudava, portanto, aparecia toda a tarde de aulas nos dias úteis, e o Zé Fazano geralmente aparecia aos sábados. 

Como era extremamente impetuoso, com um gênio oposto ao seu irmão, o Carlos logo ganhou um apelido idealizado pelo Beto Cruz, um brincalhão contumaz. Ao olhar para a sua face, ele não pensou em Ritchie Blackmore, mas sim no desenho animado que fazia sucesso naquela década... dessa forma, o Carlos estigmatizou-se como : "He Man"... é claro que meus alunos adoraram e quanto mais bravo ele ficava, mais eles encarnaram nele e daí, ele ficou com esse apelido por anos. Falarei mais dos irmãos Fazano, pois ambos acompanharam a minha trajetória no Pitbulls on Crack, e até o começo da Patrulha da Espaço. Outro fato engraçado nesses primeiros meses de 1988, foi que tanto os irmãos Fazano, quanto vários alunos, viviam a dizer que haviam flagrado-me na padaria de esquina, a beber "pinga"...
E falavam sério, até a estranhar a minha estupefação. Quem conhece-me, sabe que não bebo nada alcoólico, nunca bebi na minha vida. Então desvendou-se o enigma : Tratou-se de um sósia !
O sujeito era idêntico : cabeludo, e com mesmo porte físico ! E para piorar as coisas, descobriram que ele tocava baixo ! De fato, tive um susto quando o vi na rua !
Continua... 

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