quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Autobiografia na Música - Sala de Aulas - Capítulo 7 - Por Luiz Domingues


Com o avançar dos meses, pôs-se a aumentar gradativamente o número de alunos. Cheguei ao final de 1987, com um número aproximado de dez alunos. A maioria concentrada no sábado, o dia mais concorrido, mas já a começar a aparecer alguns alunos para os dias úteis. E ainda em 1987, arrumei também um aluno em domicílio. Como esse rapaz morava relativamente perto da minha residência, não compensava para ele, deslocar -se até o longínquo bairro do Jardim Bonfiglioli. Eu ia à casa dele às 10:00 horas da manhã, passava em minha residência para almoçar, e corria para estar às 14:00 horas, na habitação do Beto Cruz, onde a maioria dos demais alunos esperava-me. Nesses meses de 1987, as aulas estabilizaram-se relativamente bem, mas tratava-se ainda uma fase inicial da montagem do meu método, que só evoluiria mesmo de 1989 para frente, quando atingiria o seu clímax entre 1992 e 1996. 

Virou o ano, e agora as minhas aulas começaram a conviver com uma outra realidade. A Chave do Sol havia passado por uma violenta ruptura, e isso obrigou-nos a montarmos uma nova identidade às pressas e assim, tal nova banda (A Chave / The Key), passou a ocupar a sala de estar da residência do vocalista, Beto Cruz, para ensaiar. Todo o equipamento ficava montado permanentemente, o que de certa forma produzia um visual bonito e estimulante para os alunos, tanto os meus, quanto os do Beto. Outro fato interessante do começo de 1988, foi que eu conheci fortuitamente duas pessoas que tornar-se-iam grandes amigos, ao apresentar-me à outros bons amigos que acompanhariam a minha trajetória dali em diante. Foi dentro de um ônibus  da linha  Belém / Jardim Bonfiglioli, que um dia notei a presença de dois jovens a olhar-me insistentemente. Estava acostumado a ser reconhecido nas ruas, por conta da exposição boa que eu tive na década de oitenta com A Chave do Sol, e o Língua de Trapo. Mas como descemos no mesmo ponto da Av. Comendador Bonfiglioli, eles criaram coragem e abordaram-me. Tratou-se dos irmãos Fazano, ambos guitarristas, e que sim, reconheceram-me por conta d'A Chave do Sol. Eles moravam na rua transversal à do Beto, e desconfiavam ter alguma movimentação por ali, por ouvir de longe os nossos ensaios e também ao ver a presença de cabeludos em profusão pelas redondezas...


Continua... 

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