sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Autobiografia na Música - Terra no Asfalto - Capítulo 49 - Por Luiz Domingues


O mês de maio mostrou-se bom em termos de agenda e logo a seguir, tocamos nos dias 16; 22; 27, e 30 desse mês, sempre no palco do Casablanca. Estávamos praticamente fixos naquela casa, e o nosso repertório agradava em cheio o público habitue, formado por adultos jovens, oriundos das classes sociais, A e B. Foi de fato uma plateia formada por muitas mulheres jovens e bonitas, e consequentemente a atrair os paqueradores. Alheio a esses dados sociais, gostávamos do bom cachet que pagavam-nos ao final das noites cheias, e lamentávamos os dias fracos, naquela rotina tradicional do músico da noite. No dia 16, tivemos um público com sessenta pessoas. Em 22 de maio, foram oitenta. Já no dia 27, foi outra festa fechada. Tocamos para um público constituído por médicos e enfermeiras da Santa Casa, um tradicional e antigo hospital de São Paulo.

E como sempre foi um costume em festas fechadas, um bom cachet fixo foi oferecido-nos e com bastante gente animada a dançar com o nosso som. Estiveram presentes cerca de quinhentas pessoas daquele hospital, claro, a contar com esposas; maridos; namorados etc. Mesmo assim, o hospital não ficou sem atendimento naquela noite... 

E finalmente no dia 30 de maio de 1981, tocamos para cento e cinquenta pessoas em uma noite normal, sem festas corporativas. Entretanto, ao final de maio, tivemos uma notícia inesperada que ofertaria uma quebra nessa sequência : o nosso guitarrista, Aru Júnior, teria que ausentar-se por um tempo, para tratar de assuntos pessoais pendentes nos Estados Unidos.

Logicamente, o embalo seria interrompido, mas não houve outro jeito a não ser resignarmo-nos, e tentar achar alternativas nesse período (que alongou-se por cerca de três meses), para cada um prover o seus sustento com a banda inativa. E outra baixa estava também anunciada anteriormente, com o tecladista, Sérgio Henriques a anunciar que entraria em um período de ensaios, para tocar na nova turnê da Elis Regina. Portanto, o hiato que faríamos forçadamente, serviu também para pensarmos em uma reestruturação a partir da volta dele (Aru), da América. Essa fase sob hiato do Terra no Asfalto, eu já relatei no capítulo dos "Trabalhos Avulsos", pois formei com Cido Trindade; Pitico Freitas, e a vocalista Vilma, um quarteto ao estilo MPB, emergencial para tocar na noite e ganhar dinheiro (Quarteto Toulon). Para quem ainda não leu, convido a fazê-lo, pois tem histórias engraçadas, incluso a do dia em que fomos assistir juntos o show da Elis Regina, sob um convite do Sérgio Henriques. Antes do Aru Junior viajar, ainda fizemos, contudo, algumas apresentações.

Continua... 

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