quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Deserto - Por Julio Revoredo


Oceano bípede, que se desprende.

Da tríplice hélice.

Oblíquo recuo, do absurdo que compreende o duplo eterno retorno, as armas de Satanás, Asquirimonio e desavoredo.
Alívio selvagem, como remotos cavalos, visagens, de quem em fundo lilás, me traz.

Ao cair da tarde, surgiu o Sol voraz.

Ultrapasso o pássaro, Satã, ensaia ?
O imperceptível branco, o nítido nulo.

Descortina-se o sobrevoo do oceano bípede, do qual destoo.

Perdendo a mente na ventania, fosmearia, eu?!

Ou então, reboo, reboo, abstenho-me do ócio, do nada, trevoo sob o luar cáustico, o pior ser humano se humaniza com a dor.

Não existem espaços vazios, tudo está completo.
O fogo venifluamente, fustiga os meus pensamentos, seiva ! 

Seiva ! 

Superação, abstração, superação, abstração.

Sombras opressivas, donde o venifluo impera no entorno, o globo ocular, Heros Laertius, Ulyss, Ulysses, Ulissem, Ulyssen, ulixes, errores Ulyssis !
A impressão concretiza-se, depois do momento.

Sopram os ventos de incomum, nada ao tudo, tudo ao nenhum, tetragrama?! Tetragrama!

3/7?

Oh!

Homeonauta, darda-lhe-ei a Lua, deste bípede oceano.

A parte de quebrangulo, abre-se em mim uma absconsa ferida, antes do sertão, Finnegans Wake !
E um tirocínio! E um tirocínio! E um tirocínio?!

Escorpiões cegos, cegos escorpiões, círculos de fogo, convulsões.

Dextrorsamente desarrumado, dextrorsamente desarrumado.

Sobremanha, sobrehomem, a impressão, o fato, a impressão, o fato, a impressão.

O cego com a solombra do Androctonus crassicauda (rescorpião negro), nos olhos.

Terra discedit!
Averso flumine, solus ex omnibus.

Allatrani Maria oram maritima, volutatio animi, hospita aequora, acheloiades euxinum mare, caspium mare, codanus sinus, conclusum mare, asphaltttes, arva  Neptunia!

Cogitur in nubes aer, omnes codem coelmur celo tehancrem, ardor oculoraum?

Zyz.
Fogo que cintila nos olhos, abre-se a terra, mar, contracorrente, o ar torna-se obscuro, todos os caminhos para a sepultura.

Sob o tríptico evar do rinocerante, reboa a inexatidão do caos disforme, que ablepa, a transição do olho santo a trívia!

R b rt brwng d ss sbr u+m v s o obscr d srsllo : qndo scrvi est vrs smnte d e e+u connc amoso significado agra, s_+o d uso.

Meu rosto e uma terra infértil, que obducta o ígneo, ora prono, ora solombra.

Oceano, ocreano, ocreano, limão!?

A contrafigura, contrafigura, contrafigura, mare.

O microcosmos do buraco da agulha, aponto para o homem ígneo de costas, sem sombra, sem rosto, como o Sol ou mais, quase um laivo.
Em mim, obliteram-se imagens da Grécia de John Fowles, da Grécia de "O Mago", numa fração célere de impressão.

Oh! Exogenio, oh! exogenio mental!

Enquanto vivo, inteligo com a impressão, lturnonstuneinddropout.

Entreolho, olhosanto, sobremanha, sobrepenso, suspenso, como um imã, do fim ao começo. 

Que pontes tombem para o inacessível.
Latex / perfume de gasolina, vortex, contragiros, vortex, latex, Coca-Cola, graxa, benzina, ferrugem, borboleta azul íris-da-praia, dedaleiro, embiruçu, nonada, no meio, fogo no espelho, máscara de água, voo, bípede.

Antenas de raça, rotação ripostes, no centro cinza, jaguardalvos sorrolhos, ondas de um mar, outro mar e outro radar

Off  minor no ar! Epistrophy no ar!
A ingente e selvagem selva de pedra, em mim, veníflua, não suporta nem um rio, muito menos, um janeiro!

De repente, o Riomar, ora balso, emulsões, pálpebras violáceas, asas, do nada.

Oceano, oceano, oceano, osnis trípiticos bacoanianos, pálpebras, azul verde limão carrel, hipocampo, nevral dissolução Poundiana.
Ascende-se no oceano, nesse oceano, o sordello, estalo, vela que desinça-se do absurdo que compreende (inverte-se), onblíquo recuo (desdobra-se), da tríplice hélice (pés enterrados na terra, do homem inculto ao caos solar), que se desprende (o fascínio do salto no vago obscuro).

O oceano bípede (enfim, cai-se a máscara, dá-se a luz) : oceano bípede!?

Unipede engano, eremico.


Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas músicas que compusemos em parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço.

"Deserto", é um poema mais do que especial que este Blog tem a honra de publicar. É um grande apanhado de signos instigantes que permeiam a obra do poeta como um todo e quem o acompanha com atenção neste Blog, através de sua coluna, há de reconhecer tais citações. Ele trabalhou nessa criação com esmero e é com muita alegria que este Blog o revela ao mundo.  

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