quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Autobiografia na Música - Boca do Céu / Bourréebach - Capítulo 43 - Por Luiz Domingues


E ao visar promover uma sacudida no grupo, o Laert propôs uma mudança de nome para a banda, ao buscar-se assim, dar um verniz mais artístico, e condizente ao que pretendíamos. Uma lista foi elaborada e diante de várias opções, surgiu a ideia de "Bourréebach". Tratou-se de uma junção das palavras, Bourrée (nossa influência nesse caso, foi a música gravada pelo Jethro Tull, no LP "Stand up", baseada na peça de Bach), e do nome do próprio compositor germânico Johann Sebastian Bach. 
O neologismo pareceu-nos bonito, mas na verdade era pomposo e pretensioso demais para uma banda formada por adolescentes que evoluíam lentamente, e portanto, ao adotar um nome desses, dava-se a impressão de que éramos músicos de alto nível a empreender Rock Progressivo com desenvoltura, e certamente com formação erudita sólida. Uma coisa é certa : entre a presunção de um nome pomposo, e um nome tolo como, "Boca do Céu", hoje em dia acho que sob esse aspecto, acertamos na decisão adotada. Uma pena que o Bourréebach teve menos chances doravante, e seu início propiciou a etapa final da banda, rumo à sua extinção. Na verdade, a banda passara por um lento processo de apuração, ao ver-se afunilada em um ponto onde, quem realmente estava determinado a seguir na música, assim o fez, ao tomar-se direções diferentes, após o seu gradual desmanche. É bem verdade, o nome, "Boca do Céu" hoje em dia tomaria outra conotação inimaginável em 1977: "Céu" poderia ser uma dessa escolas de periferia batizadas com esse nome (“CEU", como sigla e sem acento, logicamente), e "Boca", obviamente relacionada ao tráfico de drogas... portanto, hoje (2016), caberia bem em um "Bonde de Funk"...

Tomamos a decisão em assumir o novo nome, na virada do ano e assim, em 1° de janeiro de 1978, surgiu o Bourréebach !!


 Continua...

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