segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Autobiografia na Música - Terra no Asfalto - Capítulo 13 - Por Luiz Domingues

Após mais um show no bar Opção, ocorrido no dia 10 de fevereiro de1980, mediante um bom público formado por cem pessoas presentes, agendamos mais uma boa chance em uma casa de melhor nível. Fomos tocar no bar "Lei Seca", que ficava no Brooklin, zona sul de São Paulo. Nesse show, enfim, passamos a adotar o nome "Terra no Asfalto", após uma rápida votação no âmbito interno da banda.
A explicação para tal escolha, foi a de brincarmos com o conceito contraditório entre a terra rural e o asfalto urbano.
A banda não tinha nada de rural, mesmo quando tocava MPB, mas o nome tinha um certo charme, eu admito.

Essa apresentação no Lei Seca ocorreu no dia 12 de fevereiro de 1980 e movimentou cinquenta pessoas na casa. O bar era infinitamente mais bem ajambrado que o Opção, embora tivesse uma decoração rústica, a imitar um saloon do velho oeste norteamericano. Apesar do pouco público presente, o dono da casa gostou de nós e marcou uma nova data para o dia 16 de fevereiro de 1980. Nesse novo show, atraímos o mesmo público da ocasião anterior (cinquenta pessoas),mas novamente fomos agendados para uma terceira data. Nesse show que calhou no sábado de carnaval, após a apresentação, guardamos o equipamento na pensão onde moravam Gereba e Wilsinho, e partimos para uma viagem maluca à um paraíso Hippie. Fomos à Trindade, litoral sul do estado do Rio de Janeiro, que era um lugar remoto, e tradicional reduto hippie, desde os anos sessenta.
Chegamos na manhã do domingo e o ambiente estava tenso.A praia estava lotada com barracas, mas não parecia o paraíso hippie que era tradicional naquela cidade. Ficamos ali por menos de uma hora, e resolvemos ir embora.Então, tivemos uma surpresa desagradável na saída da cidade. Como naquela época o acesso da rodovia Rio-Santos à Trindade era por uma estrada de terra íngreme, fomos a subir lentamente em meio a um comboio, pois muita gente resolvera evadir-se de Trindade, também. Quando chegamos ao topo, para acessar a estrada Rio-Santos, havia uma blitz gigante da polícia civil do estado do Rio. Não havia como escapar da tocaia. Estávamos em seis pessoas dentro de uma Brasília; com bagagem; alimentos; dois violões; percussões, e uma certa carga extra. Quando vimos a tocaia, o Mu foi rápido, e pediu para a sua namorada...



Continua...

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