Já a administrar
uma inevitável crise, o primeiro baque para A Chave do Sol, seria ter seu ritmo
de ensaios prejudicado. Aquela rotina de seis ensaios por semana das quinze às vinte
e duas horas, seria modificada por um período. Eu precisava ensaiar com o
Língua, também em um ritmo forte. A minha sorte, foi que eles estavam a encerrar
a turnê do primeiro disco, e decidiram que seria bobagem eu decorar o show
antigo, inteiro, para cumprir as últimas datas e ensaiar também o show novo que eles
estavam a preparar.
Então, comecei a ensaiar com o Língua de Trapo, em todos os dias do
começo de outubro, quando eles não tinham shows marcados. A última turnê teria
shows em Curitiba (também em Belo Horizonte e alguns em São Bernardo do Campo,
no ABC Paulista), onde fariam duas semanas no Teatro Paiol. Para aproveitar essa
brecha, comecei a ensaiar. Os ensaios foram realizados na casa do
percussionista Fernando Marconi. Ele, Fernando; Laert; Pituco e Lizoel, eram os
únicos remanescentes da minha primeira passagem entre 1979 / 1981. Já conhecia
o guitarrista Sergio Gama desde 1980, e o tecladista João Lucas, desde 1982. Sobre
o baterista Nahame Casseb, popular "Naminha", também conheci-o em
1980, nas sessões de gravação do LP do cantor de MPB, Leandro, onde gravei uma
faixa.
Nahame "Naminha" Casseb
O baterista, Naminha, também havia entrado na banda, há pouco tempo, a substituir o baterista, Ademir Urbina, mas já estava adaptado e a tocar normalmente na continuidade da primeira turnê. As minhas primeiras impressões foram de choque, em todos os sentidos. Tudo havia mudado radicalmente ! O Lingua de Trapo, agora transformara-se em uma banda com empresário; expressão na mídia; agenda lotada; um portfólio monstruoso; fãs; assedio, e organização para lidar com toda essa carga de sucesso, merecidamente adquirido..
Paulo Elias Zaidan, em foto mais recente
Além dos sete músicos,
havia um oitavo membro, um ator chamado, Paulo Elias Zaidan. Ele era nosso
colega na faculdade, e assumira-se como ator, vindo a ser um integrante com papel fundamental
no show, com diversas intervenções hilárias, que enriqueciam as piadas. Isso
sem contar nos membros extra-palco como : Carlos Melo (Castelo) e Guca Domênico, que
continuavam como compositores, e redatores de humor, embora não subissem ao
palco, mais nessa fase. Além de Cassiano Roda e Marcelo Moraes.
Carlos Mello (Castelo), em foto bem mais atual
Continua...
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