Então, entre os dias 16 e 20 de julho de 1990, estive com os componentes do
Aura, diariamente no estúdio "Phonovox", situado no elegante bairro
Jardim, da cidade de Santo André. Esse estúdio ficava na rua paralela de
onde localizava-se outro estúdio muito mais categorizado na época,
chamado "Camerati". Coincidência pura, dez anos depois, eu estaria no
Camerati, para gravar o álbum, "Chronophagia", da Patrulha do Espaço.
O ótimo tecladista, Mauro Cannalonga, em foto bem mais atual.
O
Phonovox trabalhava em oito canais, e era um bom estúdio para bandas
iniciantes e descapitalizadas poder gravar fitas Demo com qualidade
razoável. O técnico e proprietário, chamava-se, Zé Renato, e era bastante competente e
objetivo, conhecia bem o seu equipamento e sala de gravação, a saber
extrair o máximo da qualidade possível com os recursos dos quais dispunha. O Aura estava bem ensaiado, e os
rapazes super motivados, portanto, foi um prazer acompanhar as gravações e
poder dar a minha colaboração, mesmo que eu não fosse certamente um "expert", com
conhecimentos sobre áudio o suficiente para ser conclamado como um
"produtor", propriamente dito.
E levei um amigo para acompanhar, e ser
uma espécie de assistente de produção. Meu amigo José Fazano, esteve
comigo todos os dias no Phonovox. Ele tinha muito menos experiência do
que eu, mas como gostava muito do som do Aura, pois conhecia o
Marcelinho Carioca ao frequentar as minhas aulas como um ouvinte, conhecia o Êxito" e sua
metamorfose em "Aura". O Zé Fasano acabou sendo útil, com opiniões boas
durante o processo. A gravação foi no ritmo típico de uma demo-tape, com a base ao ser
gravada ao vivo, sem muitas tomadas. A sorte, foi que os rapazes foram
competentes e sérios, portanto estavam muito bem ensaiados e cônscios de
que não poderiam desperdiçar tempo nesse processo. Ao tocar com muita
atenção, foram objetivos, e terminaram rápido as bases.
O exímio baterista, Fernando Loia, em foto bem mais atual
O mesmo processo repetiu-se nas sessões dos overdubs dos solos de guitarra e teclados,
e posteriormente com os vocais. A mixagem também foi tranquila, com o Zé Renato
por ser muito solícito em atender os meus pedidos para equalizar e timbrar. Os rapazes saíram satisfeitos com o produto final, e para uma demo-tape, com pouca
condição financeira, o resultado ficou bom. E com essa Demo-Tape,
conseguiram abrir as portas que esperavam, e no ano seguinte, já estavam
a seguir o caminho para gravar um LP, desta feita ao mudar o nome da
banda para "Via Lumini", como culminaram em ficar mais conhecidos, entre o
público progger.
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