domingo, 7 de junho de 2015

Autobiografia na Música - Sala de Aulas - Capítulo 58 - Por Luiz Domingues


O meu corpo discente era formado em sua maioria por representantes do sexo masculino, mas nessa época, cheguei a ter várias meninas a estudar comigo, também. Lembro-me de que desde 1991, estudava a Alcione Sana, que tinha a curiosa predileção por artistas dos anos sessenta (e claro que eu adorava isso!), depois, chegou Monica Maia, esposa do Doutor Nelson Maia Netto. Em 1994, entrou Ediane, e houve também, Silvana, mas estas, ficaram pouco. Após a chegada de Marina Yoshie, outra que firmou-se com regularidade, foi Paola Girardello, ex-namorada de Paulo Thomaz, baterista de bandas famosas do circuito paulistano, tais como: Centúrias; Firebox, Cheap Tequilla, Baranga e Kamboja. 
Paola Girardello, em foto de 1996, em minha sala de aulas


Paola já tocava com desenvoltura quando buscou as minhas aulas, e o seu objetivo foi aperfeiçoar-se. Eu não teria, portanto, muito o que lhe ensinar, mas por conta de sua força de vontade em aprender, ela culminou em permanecer por um bom período nas aulas, até 1996, aproximadamente. 
Paola a estudar, e a ser observada por outro aluno, Thiago Fratuce. Foto de 1996, em minha sala de aulas

Ao envolver-se no mundo da música, ela conheceu pessoas ativas na produção musical, e dessa forma, pôs-se a emendar trabalhos interessantes, ao interagir na função de "Road Manager" e assistente de produção de vários artistas sedimentados do mercado.

Extremamente simpática e comunicativa, tornou-se uma boa amiga, e por ter origem italiana, contava-me fatos sobre a Itália, onde costumava visitar com regularidade, para visitar os seus avós na cidade de Perugia, localizada cerca de sessenta km de Roma. As nossas conversas extra-aulas sempre foram agradáveis nesse sentido, portanto.

Outra garota que ficou por um bom tempo, em 1994, chamava-se: Carolina, e esta chamava a atenção por ser muito nova e muito bonita.

            A jovem, Carol, em foto de 1996, em minha sala de aulas

Quando chegava e tocava a campainha de minha casa, muitas vezes ouvi assovios de rapazes a passar de carro ou moto pela rua, que mexiam com ela, constantemente. Carolina tornou-se namorada do baterista do Pitbulls on Crack, Juan Pastor, e ambos permaneceram juntos por um bom tempo.

Essa aluna tinha amigas da mesma idade, e que eram muito bonitas como ela, e tais amigas dela costumavam assediar os membros de uma famosa banda de Hard-Core que estava a "estourar" no mainstream naquele momento.

Sintomático saber disso, pois denotava que os sujeitos estavam realmente a subir como um rojão na sua fama. E como coincidência, o Flat onde se hospedavam em São Paulo, ficava a poucos quarteirões da minha casa. Segundo ela, as garotas faziam plantão no saguão do flat, e não mediam esforços para tentar assediar tais rapazes.

Ora, não foi uma novidade para mim o fascínio que garotas muitos jovens mantinham por Rock Stars, mas eu lamentava muito que fossem tais elementos, primeiro pelo aspecto horripilante de sua música deprimente, calcada em punk-rock rasteiro, mas sobretudo pelo teor de suas ideias expressas em suas músicas, baseadas em machismo; "porcochauvinismo", linguajar chulo, desrespeito ao gênero feminino etc. Para piorar as coisas, a postura pessoal de tais elementos era abominável. Extremamente arrogantes; presunçosos, mal-educados e prepotentes, entraram no caminho da minha banda à época, e protagonizaram cenas de desdém explícito para conosco, em uma determinada ocasião ocorrida em julho desse ano de 1994, e cujo teor, eu relato no capítulo adequado sobre o "Pitbulls on Crack".

Por isso, ela me contava as peripécias de suas amiguinhas na faixa etária de quatorze a dezessete anos de idade, encantadas com esses sujeitos grotescos, e eu tinha ânsia de vômito, mas por respeito e por não querer contrariá-la, a lançar maledicência contra as suas amigas, nunca lhe contei que esses sujeitos eram energúmenos, em todos os sentidos. 

Continua... 

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