sábado, 6 de junho de 2015

Autobiografia na Música - Sala de Aulas - Capítulo 55 - Por Luiz Domingues


E na mesma edição do fanzine, "In Rock Signo Vinces", eu escrevi mais uma resenha. Desta feita, foi sobre mais um grupo "modernoso" daquele momento, chamado: "Skrew"

A seguir, a transcrição do que eu escrevi:

"Burning in Water, Drowing in Flame" -  Skrew

Há um ponto positivo nesse primeiro trabalho do Skrew, que é justamente o que o diferencia do trabalho de outras bandas do dito "Rock-Industrial", ou seja, existem influências diversas (e até díspares entre si !), que o tornam mais atraente do que seus similares. Como ser techno, sujo, pesado e neurótico, sem ser terrivelmente maçante?


Eis o grande dilema do Rock-Industrial e o Skrew parece estar achando uma saída. A banda é formada pele dupla de guitarristas e vocalistas : Adam Grossman e Danny Lohner, ex-membros da banda Hardcore Angkor Wat. Munidos de uma bateria eletrônica, trombaram com o produtor Phil Owen e com a providencial ajuda de Al Jougensen do Ministry, se trancaram no estúdio Trax de Chicago para gravar este álbum.
 
Segundo consta, as letras foram inspiradas em poemas de Charles Bukowski, mescladas com as experiências junkies do guitarrista, Adam Grossman, daí a cota de paranoia certa que este gênero tradicionalmente exige.


Pontos positivos: as pitadas de influências "extra-industriais" citadas acima. Mais especificamente no belo solo de guitarra no final de Charlemagne, a boa linha de baixo em Gemini; o Rap quase explícito em "Poisonous" e o surpreendente dueto vocal em "Prey Flesh", que lembrou o genial, Peter Hammill, da lendária banda progressiva dos anos 70, Van Der Graaf Generator.

Pontos negativos: o assassinato do clássico: "Sympathy For the Devil" dos Stones, uma grande idiotice, principalmente pelo vocal repugnante; a bateria eletrônica terrivelmente chata (não se trata de um paradoxo, pois dá para ser "industrial", usando outros recursos da tecnologia). Para finalizar, uma boa notícia: para a tour de lançamento, serão convidados: um tecladista, um baixista, um guitarrista a mais e dois bateristas de carne e osso. Com isso, o "Srew" só tende a ganhar.

Tony Bauducco
 

De fato, eu fui bastante condescendente ao escrever mais essa resenha, pois o tal do "Skrew" era na verdade, uma bela de uma porcaria, com o perdão do linguajar chulo. Mas esforcei-me para tentar enxergar algo positivo naquela panaceia indie e noventista.

E não dá para não rir do final... juro que não escrevi para ironizar, mas beira o ridículo a afirmação de que ao vivo, o tal do "Skrew" contrataria tecladista; baixista; guitarrista, e dois bateristas... ou seja, foi a constatação de que o "Skrew" não passava de um simulacro de banda, que gravou uma demo-tape muito ruim, com bateria eletrônica, e na verdade, não passou de um projeto metido a "modernoso" criado por dois guitarristas ruins de doer, egressos de uma cena ridícula e irrelevante.

A resumir: Tony Bauducco poderia ter sido um potencial candidato ao "prêmio Baden Powell de escotismo", como o bom menino do mês!

Continua...

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