domingo, 7 de junho de 2015

Autobiografia na Música - Sala de Aulas - Capítulo 66 - Por Luiz Domingues

Dois de meus alunos das quartas: Thiago Fratuce (esquerda), e Luiz (direita) 

O meu aluno, Luiz, era extremamente gentil e dedicado nas aulas. Como um aluno aplicado, esmerava-se para evoluir ao instrumento e a sua banda, detinha mais cancha que a maioria das bandas de alunos, que eram bem principiantes. Isso por que ele era um pouco mais velho que a média de meus alunos, e a sua banda era formada por componentes com mais de vinte anos de idade, ou seja, uma faixa etária bem acima da média de meus alunos. E por esse fato, que é gritante nessa fase da vida, o Equinox já detinha uma demo gravada; um currículo de shows realizados já significativos (se bem que no circuito mais abissal do underground), mas mesmo assim, isso superava de longe a experiência (ou melhor, falta de), dos demais, que eram insípidas.  



Nesses termos, claro que escolher o Equinox para o festival, significara uma questão de lógica. Todavia, o som desse grupo não me agradava nem um pouco. Em audição de sua demo, eu já sabia que a obra desse grupo era orientada pelo Heavy-Metal sob viés oitentista, gênero que eu nunca gostei, e naquela altura do campeonato, metade dos anos noventa, eu perdera o último laço de tolerância que tinha para com ele, que fora "o fator em voga"com o qual o tolerei nos anos oitenta em respeito às pessoas que eram minhas amigas e o professavam. 

Se na década de oitenta, eu tive que "engolir" o Metal, tal como engolimos o treinador de futebol, Zagallo, neste momento noventista, não haveria nem esse fio tênue de resignação forçada pelas circunstâncias que me ligasse à esse gênero, que mão aprecio de forma alguma. Enfim, não pelo meu aluno, que era super gentil, tampouco pelos companheiros dele, que eu só conheci no dia do festival, porém, eu realmente não tive outra opção, e creio que já expliquei bem os motivos, e o contexto da ocasião.

Nesse ínterim, a garotada estava toda empolgada e foi uma fase dentro de minha sala de aulas, onde essa euforia foi contagiante. 


Paralelamente, contamos com o apoio do fã clube do Pitbulls on Crack, que na pessoa do seu fundador, Jason Machado, interagiu fortemente com os meus alunos, e nessa parceria, um esforço de divulgação do festival foi feito, e que reputo, foi fundamental para o seu sucesso. Sob o ponto de vista do Pitbulls on Crack, a história desse evento já foi amplamente contada nos seus respectivos capítulos, dentro da mesma cronologia coincidente. Tentarei agregar algo a mais, dentro do espírito deste capítulo, que versa sobre os meus alunos.

Continua...

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