domingo, 7 de junho de 2015

Autobiografia na Música - Sala de Aulas - Capítulo 64 - Por Luiz Domingues


Pois é... esse foi um dilema e tanto, pois se tornara evidente que todos os alunos que detinham bandas, pleiteavam participar do micro-festival, a vislumbrar uma grande oportunidade e de fato, dentro do imaginário deles, seria mesmo um grande evento, quiçá o melhor que teriam em suas vidas até então, ao se considerar o caráter iniciante de suas respectivas bandas. 

Claro, houve disparidades. Cada banda tinha um nível, a estarem alojadas em patamares diferentes. Eu não poderia escalar uma banda sem condições mínimas, é claro. Esteticamente, é claro que eu preferia ter escolhido bandas com características sonoras em torno dos ideais das décadas de 1960 & 1970, mas no frigir dos ovos, isso não foi possível, infelizmente. As bandas que tinham essa característica, não estavam estruturadas adequadamente na ocasião, e dessa forma, eu tive que escalar duas bandas de som pesado, a contragosto. Claro, independente de gostar ou não da estética, eram bandas de alunos, e seriam bem-vindas pelo fator da amizade.  
Meu aluno, Alexandre "Leco" Peres, baixista do "Eternal Diamonds", na ocasião

Nesses termos, a primeira banda que eu confirmei, e apreciei muito contar com sua participação, foi o "Eternal Diamonds". Os rapazes detinham bastante influência 1960-1970, mas não era exatamente uma banda vintage, explicitamente a falar. Tanto que apesar de ter belas passagens psicodélicas e progressivas em sua música, o Eternal Diamonds mantinha uma proximidade no Heavy-Metal oitentista. Nesse caso, o Eternal Diamonds foi a minha melhor e mais animadora aposta entre as bandas de alunos que participariam do Festival. 

O guitarrista/vocalista, Rodrigo Hid, mostrava um talento nato impressionante, ao se considerar a sua pouca idade, tanto ao tocar, quanto no cantar. O meu aluno, Alexandre "Leco" Peres Rodrigues, já tocava com desenvoltura nessa época, com quase três anos de aulas comigo, e apresentava uma capacidade de criação muito peculiar, muitas vezes ao percorrer caminhos que desafiavam a lógica cartesiana, e de fato, na vida madura, ele fez dessa característica pessoal, o seu principal trunfo na criação do material da sua atual banda, que lidera há muitos anos, o Klatu. 
Fernando Minchilo, baterista do Eternal Diamonds e palestrino fanático. Foto de 1996, em minha sala de aulas.

E o baterista, Fernando Minchilo, também mantinha bem o ritmo na bateria, apesar da pouca idade e inexperiência. Entretanto, no cômputo geral, foi de fato a minha maior esperança entre as bandas de meus alunos. 

Continua...

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