domingo, 7 de junho de 2015

Autobiografia na Música - Sala de Aulas - Capítulo 63 - Por Luiz Domingues


Mas o grande evento do primeiro semestre de 1995, foi mesmo o "Dominguestock", que ocorreu em abril desse mesmo ano. Quando a ideia surgiu, por volta de fevereiro, causou rebuliço na minha sala de aulas, e foi muito lógico que assim se procedesse.

Foi o seguinte: surgiu a ideia de fazermos um mini-festival com três ou quatro bandas de alunos, para abrir um show do Pitbulls on Crack, que realizar-se-ia em abril, no Black Jack Bar. Tal data fora obtida através de um arranjo conseguido pelo presidente do Fã-Clube do Pitbulls on Crack, Jason Machado, para comemorar o aniversário da entidade por ele presidida, e que diga-se de passagem, apoiou totalmente a ideia de eu colocar as bandas de meus alunos na programação, ao conferir um ar de festival.


A proposta foi ovacionada pelo meu exército teen, que imediatamente abraçou a ideia, dando-me a certeza que apoiariam integralmente, e não só moralmente, mas inclusive empreendendo esforços pessoais para fazer do evento, um sucesso. 

Mais que um recital tradicional de conservatório musical, seria um verdadeiro show de Rock, com as bandas escolhidas a ter a chance de mostrar os seus respectivos trabalhos, em uma casa tradicional do Rock paulistano, ainda que pequena em suas instalações físicas. 

Claro, no imaginário deles, aquela oportunidade soava como se estivessem a tocar no Marquee Club de Londres.

Eu me reportava às minhas próprias lembranças pessoais, e ao colocar-me no lugar deles, pensava no quanto teria sido maravilhoso se a minha banda de garagem, o "Boca do Céu", tivesse obtido um convite desses em 1976 ou 1977, para tocarmos em um micro-festival, a abrir uma banda de pequeno ou médio porte daquela cena setentista, na proporção que o Pitbulls on Crack representava para os anos noventa. 

Com esse entusiasmo todo da parte deles, eu soube de antemão que o show seria um sucesso de público, pois é claro que todos apoiariam, e atrairiam o máximo de pessoas, cada um. Isso fora o esforço de divulgação com os meios tradicionais, ou seja, cartazetes e filipetas que ajudariam a distribuir. E assim, esse foi o assunto principal de minha sala de aulas, nesse período. 

Ao mesmo tempo que estava contente por ver essa euforia, preocupava-me contudo, um aspecto: quais bandas eu escolheria, sem melindrar os preteridos? Boa pergunta...  
Continua...

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