A casa do baterista, Edmundo Gusso, no bairro das Perdizes, na zona oeste de São Paulo, em foto dos anos oitenta
Nesse primeiro ensaio com o Edmundo Gusso, vimos que ele tinha uma boa técnica,
mas estava visivelmente enferrujado. Relevamos, achando que ele poderia
naturalmente colocar-se em forma, com o tempo. E então, marcamos um novo ensaio
para alguns dias depois, e ele não mostrou-se menos enferrujado, embora
tivesse força de vontade, e demonstrasse entusiasmo com a oportunidade.
No
terceiro ensaio, ele não apareceu, mas veio seu pai a dizer-nos que nós
não deveríamos mais contar com ele, pois seu filho enfrentava problemas pessoais
e que dessa forma, poderia prejudicar nossos planos. Ficamos
chateados, claro, pois ele era (é, pois está bem e não faz nem um ano (escrevi esse trecho em 2011, o
encontrei a caminho de uma agência do correio, bem perto de minha casa),
um sujeito muito bom, Rocker com formação sessenta / setentista sólida, com grandes
referências etc, mas fazer o quê, não é mesmo ? Então, diante dessa
perda, pensei na segunda opção, e que veio a ser a opção certa para a
banda. Pensei em um baterista chamado: José Luiz Dinola.
Eu o
conhecera em 1980, em um desses relatos paralelos que não cabem nos capítulos das minhas bandas, mas sob um capítulo dos trabalhos
avulsos e paralelos que realizei fora de uma banda autoral oficial. Enfim, vou resumir aqui: fui ao estúdio da banda
"Contrabando", onde o Pituco Freitas, vocalista do então "Laert Sarrumor e seus
Cúmplices", gravaria uma demo-tape com o intuito em inscrever uma música sua para concorrer no Festival
FICO, do Colégio Objetivo.
O Contrabando tinha um equipamento
impressionante para a época, e inclusive máquina de gravação de fita com
meia polegada, um raro luxo naquela época. A conexão do Pituco Freitas com essa
banda, fora pela via de seu irmão, Pitico Freitas, mais novo, guitarrista, e completamente
diferente do Pituco em termos de gosto musical, por ser Rocker, apreciador de bandas como o "Rainbow" e "Led Zeppelin", entre outras
coisas. E o Pitico Freitas fora amigo de infância do baterista, José Luiz Dinola, quando estudaram junto no famoso colégio Fernão Dias, de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.
Foi nessa gravação realizada no ensaio da banda "Contrabando", portanto, que eu conheci o Zé Luiz, em 1980. Gravamos essa demo, a música não classificou-se, mas o Pitico convidou-me a formar um trio com ele, e o Zé Luiz (que não passou de três ensaios), e foi essa a minha lembrança, que
motivou-me a chamá-lo com a desistência do Edmundo. Conto essa história paralela, sobre tal trio que tentamos formar, em um capítulo específico, no tópico dos "Trabalhos Avulsos". A verdade foi que eu
pouco o conhecia, mas isso dissipou-se logo a seguir...
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