segunda-feira, 15 de julho de 2013

Autobiografia na Música - Trabalhos Avulsos (Electric Funeral) - Capítulo 50 - Por Luiz Domingues

E foi sob tais circunstâncias que cheguei ao estúdio 864 (conhecido como "oito, meia, quatro"), na Av. Pompeia, n° 864 (daí o nome), na Vila Pompeia, zona oeste de São Paulo. O estúdio era de propriedade do Chris Skepis, desde meados de 1989, por tê-lo adquirido do ex-baixista d'Os Incríveis, o Nenê Benvenutti. Tratava-se de um estúdio amplo, com duas salas bem espaçosas, e um bom P.A. para alimentar o som de vozes. O repertório inicial programado por eles, deu ênfase à primeira fase do Black Sabbath, com Ozzy Osbourne no vocal. Eu particularmente prefiro essa fase, a despeito de achar o Ozzy , um cantor horrível.

Sei que a minha opinião é polêmica e soa contraditória, mas prefiro o Black Sabbath com Ozzy, à fase Dio, que inegavelmente foi um vocalista muito superior, tecnicamente. Antes que o leitor que seja fã da carreira do Black Sabbath, pense ser confuso o meu raciocínio, minha tese é que o som do Black Sabbath nessa fase posterior, com Ronnie James Dio, nos vocais, tornou-se efetivamente "Heavy-Metal", com aquele ranço oitentista que eu detesto, em detrimento ao som da banda na década de setenta, muito pesado, certamente, mas com elementos Hard-Rock, muito mais palatáveis ao meu gosto pessoal. Então, fiquei bem mais aliviado por saber que privilegiariam o repertório da fase Ozzy, com algumas do Dio, e duas da fase Gillan, que eu mal conhecia. As canções da fase "Ozzy", toquei sem problemas logo no primeiro ensaio, na base da memória afetiva, e por muitas delas ser objeto de minhas aulas. Várias músicas do Black Sabbath tinham riffs ótimos para eu ensinar aos meus então alunos de baixo.

As músicas das fases "Dio" e "Gillan", tive que ouvir e tirar, para passar depois, no próximo e derradeiro ensaio. Como já disse anteriormente, o Black Sabbath está longe de ser uma das minhas bandas prediletas.

Gosto imensamente de uma imensidade de bandas, antes de pensar no Black Sabbath, mas estava a apreciar tocar aquelas músicas. E o convívio com a banda, foi muito descontraído. Eu só conhecia bem o Hélcio Aguirra, aliás, desde 1984. Mas o Chris Skepis, e o Vitão Bonesso eram dois cômicos natos, a brincar o tempo todo, e a emendar piadas; trocadilhos e comentários irônicos, sem parar. Clima descontraído e boa banda... pena que fosse banda cover !
Continua...

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