segunda-feira, 22 de julho de 2013

Autobiografia na Música - Terra no Asfalto - Capítulo 31 - Por Luiz Domingues



Os primeiros ensaios dessa reestruturação do Terra no Asfalto foram preparatórios para aprender a harmonia das músicas escolhidas, checar algumas convenções entre os instrumentistas, além de decorar letras, e estabelecer os arranjos vocais entre os vocalistas. Com a entrada do Aru Junior, tudo direcionou-se ao seu gosto pessoal, basicamente, exatamente como houvera sido no tempo do Fernando "Mu". Passamos a tocar várias músicas do Led Zeppelin, mais dos Beatles e várias da carreira solo de cada ex-beatle. 
E também algumas pérolas do Rock Progressivo, e quando essas canções ficaram bem ensaiadas, chamariam muito a atenção, nas apresentações da banda. Tem até uma história engraçada sobre isso, que relatarei no momento oportuno da cronologia. O Aru Junior, por possuir uma formação erudita sólida, era minucioso, e tornou-se de forma natural, o maestro da banda, ao orientar-nos na parte teórica. O Wilson cresceu demais como guitarrista, quando essa fase com o Aru Junior iniciou-se, ao aprender a harmonizar cada vez melhor, e assim começar a soltar-se em solos, apesar do Aru ser o solista oficial da formação. 
E também investimos em um set list com peças da MPB, muito boas, com canções do Milton Nascimento; Gilberto Gil; Caetano Veloso, e Novos Baianos, principalmente, no repertório, além de algumas surpresas, tais como , "Malacaxeta", do Pepeu Gomes em sua carreira solo, e "Hino de Duran" do Chico Buarque. Eu gostava demais em tocar "Malacaxeta", por ser praticamente um Jazz Rock complexo, cheio de partes difíceis para tocar-se, mas extremamente prazerosa como música empolgante a ser tocada.

Na hora decisiva, o Cido Trindade anunciou que repensara, e preferia não participar dessa volta da banda. OK, vida que seguiu, precisávamos de um novo baterista, então. Ensaiamos bastante a parte de harmonia, e para a bateria, eu indiquei um rapaz que eu conhecera em uma recente ocasião e apenas superficialmente, mas havia achado-o um bom músico, e com uma personalidade boa. 
O rapaz chamava-se Edson, mas era apelidado, como : "Kiko". Eu o conhecera um pouco tempo antes, por fazer parte da banda de apoio do vocalista, Pituco Freitas, do Língua de Trapo, quando este fez um show solo no Teatro Objetivo, em 1980, e eu estive em sua  banda de apoio, juntamente. Apesar de mal conhecê-lo, ele aceitou o meu convite para entrar na banda, mesmo com a deixar clara a ressalva sincera de que o Rock e o Pop, não soava-lhe familiares, como o eram para nós. E eu nem sabia disso... mas com a ausência do Cido Trindade, que mais uma vez abandonara-nos, foi a melhor solução. 

Continua...

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