Claro que conversamos internamente com muita apreensão sobre os sinais de distanciamento e posterior perda da nossa vocalista. Mas no princípio, achávamos que fora apenas uma fase pela qual passara, e motivada por alguma questão pessoal.
Talvez
fosse timidez, por estar agora a tocar em um lugar badalado, com equipamento
melhor, a conter pessoas famosas a circularem pela casa, e a assistir-nos, enfim, não entendíamos com precisão, na época. Só
fomos perceber a real motivação quando já foi tarde demais, e então ela
revelou os seus planos referentes à sua carreira pós-A Chave do Sol.
Infelizmente, com a sua saída, explicitou-se a reboque o nosso iminente fim ali dentro do esquema do Victória Pub. Que eu saiba, ela não gravou logo a seguir da sua saída da nossa banda, para se lançar em carreira solo. Ao menos, em grande escala, eu notei que a sua carreira solo houvesse sido municiada com um suporte mais avantajado da parte de uma gravadora de porte, a conter um forte esquema empresarial de promoção. Posso estar errado, certamente, eu não soube se ela gravou um disco solo, na ocasião.
Tive a informação, a posteriori, por volta de 1985, de que ela houvera se casado com o guitarrista, Jean Trad, que atuara com a banda Performática do artista plástico e compositor, Aguilar. E informações não confirmadas na época, deram conta que teve dois filhos com ele e morava em uma cidade do interior de São Paulo.
Eu só fui ter uma outra informação ao seu respeito, muitos anos
depois e foi por puro acaso. Estava eu a assistir TV em 1991, quando a vi no programa do apresentador & estilista, Clodovil, através da TV Gazeta de São Paulo, a apresentar-se acompanhada de uma orquestra, no Teatro de
Arame de Curitiba. O som que apresentou, foi um tema bem conservador, com arranjo orquestral convencional da música popular de outrora, no entanto, é claro que ela
cantou muito bem e eu fiquei feliz por isso.
Quanto à falta que nos fez um empresário, creio que se tivéssemos encontrado com um profissional munido de
contatos e influência, acho que poderíamos pensar no caso de fazermos
mudanças no som e no visual para se buscar uma adequação ao mercado oitentista.
No entanto, não seria algo fácil de se digerir, pois éramos bem radicais. O Zé Luiz nunca foi um Rocker, propriamente dito. Essa questão de se mudar o visual foi algo mais forte para o Rubens e eu, Luiz. No entanto, no quesito musical, ao contrário, o Zé era bem mais radical do que nós.
Se aparecesse alguém a lhe pedir
simplificações a respeito dos nossos arranjos, ele fatalmente se colocaria em discórdia com o produtor predador. Entretanto, isso fora o pensamento generalizado de nossa parte, nessa fase. Fatos nesse sentido e com outra percepção de nós três, aconteceram depois...
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