Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
domingo, 19 de janeiro de 2014
Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 51 - Por Luiz Domingues
Chegou enfim o show no Teatro do Colégio Piratininga. Essa apresentação ocorreu no dia 30 de abril de 1983, um sábado. Conforme já relatei, chegamos muito cedo ao teatro, antes mesmo do pessoal responsável pelo equipamento do P.A., que alugamos.
Não era nem oito horas da manhã e o Zé Luiz já estava pendurado em uma escada de pintor de paredes, com uma furadeira em mãos, a preparar a colocação dos trilhos das cortinas.
Iríamos tocar só com o fundo preto das cortinas, mas de última hora, o Rubens sugeriu usarmos vários quadros com posters de pinturas do Roger Dean, que ele tinha. Culminou por garantir uma melhorada no visual, sem dúvida.
O próprio pessoal do P.A. alugou-nos também uma pequena iluminação. Foram colocadas duas torres laterais com cerca de oito spots de quinhentas em cada uma. Uma iluminação bem fraca (dá para mensurar pelas fotos do show, quase ao dar a entender que tocáramos sob a luz de serviço), mas melhor que nada. O público foi até que bom, por considerar-se a nossa condição como ilustre desconhecido. Muito diferente do que passáramos nos últimos meses em um progressivo aumento de audiência graças ao movimento dos bares onde tocáramos, pois agora não tínhamos como deslocar um público espontâneo, além do espectro de amigos e parentes.
Atrás do Rubens, encostada como guitarra sobressalente, uma Fender Mustang, que ele quase comprou nessa ocasião. Estava emprestada para ele testá-la, e de fato, a usou em alguns momentos de shows que fizemos no Victória Pub, e foi levada ao show no Teatro Piratininga.
E foi assim, com sessenta e cinco pessoas presentes em um pequeno teatro onde havia cerca de trezentos lugares disponíveis, que tocamos todo o nosso repertório autoral disponível na ocasião, e alguns covers. Não foram muitos, ainda bem, mas lembro-me do Rubens insistir em executar canções do Jimi Hendrix; tocamos também : "Hey Hey My My" do Neil Young, e uma surpreendente canção que ele quis cantar : "Teenage Love Affair", do Rick Derringer.
E veja a Fender Mustang Sunburst no canto. Uma pena ele não a ter adquirido nessa época.
Uma surpresa que ninguém poderia imaginar... eu cantei duas músicas como vocalista principal... uma delas foi o cover dos Rolling Stones, "Jumpin' Jack Flash", e a outra, "Intenções", música que ficou de fora dos discos d'A Chave do Sol, mas que era muito boa, por ter características em torno do Prog Rock setentista, cheia de convenções um tanto quanto "Kingcrimseanas"...
O show foi bom musicalmente, e foi a primeira experiência em teatro, diferente de casas noturnas em que estávamos acostumados a atuar. "Entreter" em um teatro, sem deixar o show "esfriar", era algo difícil, como percebemos depois dessa oportunidade.
Continua...
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