terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 57 - Por Luiz Domingues


Enfim, além do rapaz ser apenas um subalterno na engrenagem, e assim não possuir em tese, nenhum poder de decisão, nós não tínhamos cacife para encarar tal empreitada, de forma alguma. Mesmo por que (hoje eu sei disso, muito bem), para abrir um show internacional, se você não for minimamente conhecido, com músicas a tocar nas rádios e aparecer na TV, não tem a mínima chance. Mesmo nessas condições, já é muito difícil entreter o público de um artista internacional, que deseja mais é que você não toque antes, preferencialmente... 

Mas, reconheço que o sujeito foi mesmo muito gentil, pois realmente levou o nosso material simplório que representava o que tínhamos de melhor na ocasião, e na sequência, diante da negativa, brindou-nos com vários ingressos para os shows do Kiss. Lembro-me do Rubens chegar no ensaio, com pelo menos quinze deles, em mãos. O outro contato, foi para tentarmos uma vaga no Festival de Iacanga, cuja próxima edição realizar-se-ia no carnaval de 1984, mas cuja organização, obviamente já estava a receber materiais de muitos pleiteantes. Levamos o nosso material ao estúdio de ensaio da banda de baile, "Placa Luminosa", onde também funcionava o seu escritório de produção. Certamente que seria incrível sermos selecionados, pois seria um festival sob grande porte, com muitas estrelas da MPB, e do Rock a apresentar-se, e mesmo a tocar em horários alternativos, antes das grandes estrelas, seria fantástico para nós. Claro, nem resposta obtivemos, ao interpretar o silêncio como a  negativa... o que eu não imaginaria, é que tocaria nesse mesmo Festival, mas não com A Chave do Sol. No capítulo do Língua de Trapo, já relatei com detalhes, sobre essa minha participação em Iacanga' 84. E finalmente o terceiro contato, concretizou-se !

Um novo programa de TV, veiculado pela TV Cultura de São Paulo, começava a fazer sucesso massivo. Chamava-se : A Fábrica do Som". 

Tratava-se de um programa musical que abria espaço para artistas completamente desconhecidos apresentar-se, sem nenhuma restrição, e sem caráter de competição. Apenas eram apresentados como em uma grande mostra, sem julgamentos. Levamos o nosso humilde material à produção do programa, na sede da TV Cultura, e em um dia de junho, recebemos o telefonema a avisar-nos da data em que participaríamos pela primeira vez ! O que não conseguíamos enxergar, foi que esse telefonema mudaria a nossa vida, pois daí em diante, pois estávamos a entrar em uma nova e promissora fase da carreira da banda.


Continua... 

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