Realmente ela foi um talento bruto extraordinário, contudo a nossa banda também detinha os seus méritos. Não éramos descartáveis como talvez algum produtor houvesse lhe sugerido no afã de fomentar a sua carreira solo.
Entretanto, naquele momento e circunstância, claro que tomamos um baque forte com a saída repentina dela. Foram alguns meses difíceis, a nos forçar a promover uma readaptação musical, e também para buscarmos um novo embalo gerencial.
Contudo, já na virada do segundo
semestre, nós daríamos um salto geométrico, portanto muito maior, a superar a boa onda
em que estivemos inseridos entre outubro de 1982 e abril de 1983, ainda bem.
Se a Verônica tivesse permanecido conosco, poderíamos ter tido um outro rumo, é bem verdade. Com um direcionamento mais Pop, as nossas aparições no programa de TV: "A Fábrica do Som", que ocorreriam a partir de julho daquele ano de 1983, poderiam ter despertado a atenção de gravadoras, e produtores.
A Verônica passaria como um trator (no bom sentido, e claro), sobre aquelas cantoras em voga do BR-Rock 80's. Com todo o respeito à Paula Toller, Virginie, Dulce Quental e também sobre as duas meninas que cantavam como backing vocalistas da Blitz (é bem verdade, Fernanda Abreu ganhou notoriedade a posteriori), o fato é que todas seriam ofuscadas por ela, fatalmente, tanto pela voz visceral, quanto pela beleza física, ainda mais ao contar-se com o fato que haveria uma produção cuidadosa no tocante aos cuidados com o figurino, cabelo & maquiagem dela.
Mas o destino traçou a sua meta
de uma forma diferente, e ela preferiu sair para buscar o seu sonho de uma outra maneira e a nossa vida seguiu para uma outra direção.
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