sábado, 5 de outubro de 2013

Autobiografia na Música - Língua de Trapo - Capítulo 69 - Por Luiz Domingues



Foi mas foi mais ou menos nessa época, que participamos de muitos programas de TV, a aproveitara pequena brecha na agenda, antes de entrarmos em uma fase de temporada em teatro, de quarta a domingo. Em um deles, lembro-me bem, que foi um vespertino feminino, muito famoso à época, mas só em São Paulo, por ser da TV Gazeta, que era uma emissora sob caráter regional (hoje em dia, atinge diversos estados, mas naquela época, não cobria nem o estado de São Paulo, inteiro). 
Chamava-se, "Mulheres em Desfile", e tratava-se do típico programa feminino, do período vespertino, com entrevistas sobre culinária; moda; saúde feminina e cosméticos, predominantemente, e intercalados com números musicais e atores de teatro a divulgar as peças. As apresentações musicais seguiam o padrão da TV daquela época, com os artistas a dublar seus números musicais, e inevitavelmente a fingir cantar e tocar instrumentos desligados dos  amplificadores, ficticiamente. Para os bateristas, era ainda mais constrangedor, pois ficavam em pé, a fingir tocar com apenas duas peças do Kit : a caixa e um prato. E desde a viagem que fiz para Curitiba, ao integrar-me à banda em 1983, já sabia (pelas aparições nas TV's paranaenses, que tivemos), que a ordem seria avacalhar nessas aparições. E não deu outra, nesta ocasião, assim ocorreu, também. Todos trocaram de instrumentos e eu fui tocar "bateria", para deixar o baixo a cargo do baterista, Naminha.
Mas o mais engraçado veio a seguir, com o término da performance. Um pouco antes da nossa apresentação, uma das apresentadoras (Yone Borges), falava sobre uma marca de bombons que estava a patrocinar o programa, e ao ser bem gentil, veio oferecê-los aos membros da banda, ao final do nosso número musical. O Pituco e o Laert improvisaram rapidamente e todos entraram na mesma ação, ou seja, avançamos como gafanhotos sobre a cesta de bombons, a assustar a apresentadora, em princípio ! Ao tentar sair do constrangimento, falou algo como : -"nossa, como eles são irreverentes"...  enquanto isso, todos comiam vorazmente, a lambuzar-se como garotos com três anos de idade. Ao vivo e para aquela audiência formada por donas-de-casa, aposentados etc... o que será que pensaram ?
Foi hilário !

Continua...

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