domingo, 27 de outubro de 2013

Autobiografia na Música - Língua de Trapo - Capítulo 102 - Por Luiz Domingues


De volta a São Paulo, estávamos animados com a perspectiva de um novo disco, ainda que fosse um compacto simples e não um LP, como seria esperado, como segundo disco. O primeiro ainda vendia muito, mas havia uma pressão interna na banda, para gravar-se logo o segundo LP, que poderia selar a entrada em uma multinacional e aí, com o incremento de investimentos ainda maiores , a catapultar a banda para outras dimensões.

A situação do Língua de Trapo no mercado brasileiro, era sui generis, eu diria, pois no mundo underground, o grupo possuía status como um grande artista, mas não poder-se-ia considerar tal prerrogativa na prática, ainda que os flertes com o mainstream fossem enormes, pois o que credenciara a banda para alcançar um patamar superior, na realidade foi algo ilusório, pois a banda situava-se mesmo em uma espécie de "purgatório", intermediário portanto, onde já habitava com desenvoltura, e a ter vislumbres do paraíso. Entretanto, não havia tempo hábil, e desde 1982, o Língua de Trapo emendava uma turnê na outra, e nos poucos espaços vagos, houve diversos shows avulsos e compromissos a ser cumpridos com a mídia. Nesse caso, a questão da pressão amenizara-se, pois ninguém poderia reclamar por tocar entre terça e domingo e toda segunda-feira, sair do escritório do empresário, com os bolsos cheios...

Continua... 

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