quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - capítulo 45 - Por Luiz Domingues


Fechada a capa e o encarte, e com o áudio masterizado, tomamos as providências burocráticas cabíveis para enviar a cópia master para a fábrica. Em compasso de espera em relação à chegada da remessa, voltamos o nosso foco para a divulgação do álbum e shows. E nesse quesito, o mês de maio foi muito bom, pois tivemos quatro eventos muito significativos em termos de divulgação, praticamente a preparar o terreno para o lançamento do disco que estava a chegar. A primeira novidade boa nesse sentido, na verdade foi agendada ao final de abril, mas o resultado impresso, saiu no dia 3 de maio de 2000.

Pois eis que fomos procurados pela reportagem do jornal : "O Estado de São Paulo", interessado em entrevistar-nos. Já havíamos tido uma reportagem boa no caderno Ilustrada, da Folha de São Paulo, em dezembro de 1999, e agora sairíamos no famoso "Caderno 2" do "Estadão", ou seja, dos três maiores jornais do Brasil, só faltaria "O Globo" do Rio, para conceder-nos esse super espaço midiático. E assim, foi em um dia útil, por volta das 11:00 horas da manhã, que a reportagem do Estadão aportou na residência do Rodrigo, para concretizar a entrevista e extrair fotos desse momento. A repórter foi bastante gentil e demonstrou conhecer o assunto, ao fazer-nos perguntas pertinentes. Tiramos várias fotos, e a que ilustrou a matéria, foi clicada em torno de uma mesa de bilhar no salão de jogos da residência da família Hid. A matéria saiu publicada no mesmo dia em que faríamos a nossa primeira aparição em um programa de TV, ao vivo, e que rendeu-nos bastante visibilidade. 

Chamava-se : "Turma da Cultura", realizado pela TV Cultura de São Paulo. A condução providenciada pela produção da TV, chegou no meio da tarde com um micro-ônibus da emissora, onde pudemos transportar o nosso equipamento de palco, inclusive o órgão Hammond do Rodrigo. Levamos bastante adereços, e muito incenso, para simular mesmo a atmosfera dos nossos shows ao vivo, e assim apresentarmo-nos a impor os nossos signos contraculturais inerentes e muito importantes para a elucidação visual de nossas apresentações. Chegamos aos estúdios da TV Cultura (localizado na Barra Funda, zona Oeste de São Paulo), passamos o som e arrumamos todos os detalhes, auxiliados pela amiga, Sarah Reishdan, uma produtora musical experiente em shows internacionais (fora tradutora de artistas como Deep Purple; Jethro Tull, e Robert Plant & Jimmy Page, em diversas vindas desses artistas ao Brasil), e que trabalhara com diversas bandas de Rock independentes. Ela estava a dar-nos uma ajuda substancial e que dali até aos próximos dois anos, seria produtora de alguns shows para a nossa banda. O programa, "Turma da Cultura" foi uma espécie de "Altas Horas", só que apresentado por adolescentes. Tratava-se de um casal de adolescentes, atores de produções da própria TV Cultura, como, Castelo Ra-Tim-Bum e similares. Eles entrevistavam duas ou três pessoas a discorrer sobre um tema que variava diariamente, e isso intercalava-se com uma atração musical, que também interagia na conversação. Havia costumeiramente um público adolescente presente, geralmente uma turma de escola, e na base do embalo, também interagiam a dançar; aplaudir etc.
Continua...  

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